sexta-feira, outubro 24, 2008

Fotografia Literal



Quem inventou essa história foi o Laganaro lá pela Terra do Mamute e eu resolvi transformar em uma dessas correntes de blog.

E o que é? É o que o nome diz mesmo, com palavras tirar uma foto de sua vida, não é é um tratado, um filme ou documento, uma fotografia, daquelas que transmitem as sensações, cheiros e aflições com apenas um frame. Na versão literal passamos isso por texto, falando num panorama geral, o que achamos da nossa vida nesse momento.

Pra que serve? Basicamente para aproximar seus amigos que ás vezes por te verem todos os dias se esquecem de parar para perguntar o que você tem sentido. Mais do que isso, serve para você poder observar sua evolução através do tempo, assim que começar a colecionar várias Fotografias Literais.

Eu indico pro Volponi, Leopoldo, Marcelo Mello, Camila e Márcia Granja

E aí? Será que você é fotogênico?


Seguindo o exemplo do meu amigo e blogueiro, Ricardo Laganaro, resolvi “tirar” uma fotografia literal da minha vida no atual momento.

A decisão não foi simples, afinal sei que vai ser difícil focalizar a câmera para pegar com relativa clareza, meu momento. É como querer tirar a foto no meio de um backflip de moto, estando em cima da moto.

Mas enfim, a vida resolveu tirar o atraso e fez com que eu tivesse que lidar com tudo que eu evitava e/ou adiava. Depois de aquietar na minha vida profissional, finalmente achando um método de trabalho que funciona, tanto para o lado burocrático quanto prazeroso, era hora de enfrentar meus fantasmas, do passado distante ou recente.

Mas como isso não é um filme do meu ano, e sim uma foto vamos ao presente.

Hoje estou dormindo bem, e como isso melhorou a minha vida. Nunca dormi bem, sempre achei que ter o sono todo errado era natural, e que tinha que sofrer com isso. Mas não. Após chegar ao limite e ver que todo meu pessimismo em relação ao mundo era mais que pessimismo, era depressão de verdade, comecei a me tratar, e olha. Funciona mesmo. Não é que vivo lesado, não é que acho tudo ótimo, mas parece que não levo mais tão ao extremo as coisas ruins e vejo com olhos mais generosos as coisas boas.

Hoje estou sozinho. Nunca estive tão sozinho em minha vida, não no sentido de solidão. Mas sem apoio em tempo integral de alguém. Sempre tive, família, namorada ou amigos que não saíam de casa sem me ligar. Hoje não, ainda tenho família que me ajuda em qualquer segundo que eu necessitar. Tenho mulheres que me elogiam, me enrolam, me atraem, me fazem pensar. Mas cada uma com seu tempo. Tenho amigos, um boa dezena imagino, que são todos meus terapeutas, são eles que mais aturam meu humor, minha soberba, minha preguiça e meu orgulho. Mas cada um está em seu canto. Fora ás quintas-feiras em que 6 deles sempre estão comigo.

Por tudo isso, hoje o que mais quero na vida é me entender comigo mesmo. Ficar confortável sozinho, não acordar no sábado em que não marquei nada e ter que fugir de casa para sentir que estou fazendo alguma coisa. Quero aproveitar minha própria companhia, pra rumar cada vez mais em sentido a felicidade independente. Já achei que não precisava de ninguém para viver. Era muito tolo. Sei que, como diz Alexander Supertramp, felicidade só é plena se compartilhada.

Hoje ando confuso. Apesar de ter certeza das minhas sensações, não sei muito bem o que as provoca. Não sei se é histórico, época da vida ou coincidência mesmo. E no caso específico da coincidência sempre fico na dúvida se ela é um sinal ou minha mente pregando peças em mim.

Hoje estou livre. De vínculos, horários, pressões. E isso é assustador. Não ter no que se apegar é libertador mas se não tomar cuidado o incerto e imprevisível podem dar uma sensação de vazio. De que não se está chegando a lugar algum. Mas como não sei onde exatamente quero chegar me acalmo.

Hoje estou feliz. Mesmo que com saudades, mesmo trabalhando no que não gosto, mesmo sozinho, tenho conseguido dividir momentos de felicidade com praticamente todos a minha volta, e isso é gratificante pra cacete. Coisas que poderia (ou não) estar fazendo há anos faço agora, e parece que ninguém me culpa por isso, assim tenho certeza que esses sempre estarão por perto.

5 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom...
Thanks pela indicação...
Farei o mesmo... nesse fim de semana.
MM

Anônimo disse...

Nussa... isso é corajoso! É muito legal olhar a fotografia do outro, você tem razão (ainda mais assim, com chamado nominal). Mas será que a gente "guenta" olhar a nossa própria foto? (isso considerando que você vai fazer a coisa a sério MESMO)E, se passamos para a próxima fase do jogo, será que a gente aguenta a exposição em tempo real, ainda que voluntária? Sei não... mas juro que vou pensar com carinho.

Anônimo disse...

Voltei pra ler de novo, pra ver se eu conseguia te ajudar a saber se você gosta ou não da sua fotografia... Acho que deve ser difícil gostar de uma fotografia tirada numa situação que não é plena de felicidade, como seu post diz. Mas, para uma recém-estranha (apesar de termos tido um certo convívio, até bem pouco tempo não sabia praticamente nada sobre você), sua foto é forte e revela que o macho moderno é - com certeza! - uma experiência em vias de dar certo. Não é uma foto pra se gostar?

Cris Animal disse...

Oi, Feio !.....rs
Linda foto. Mais que isso, incrivelmente cheia, repleta de vc; sem amarras, sem limits, sem censuras, sem pressões, sem desculpas, sem máscaras.
Quer coisa melhor?
Sempre digo e sempre vou dizer: a vida é sábia. Agora era a hora. A hora do seu encontro, dessa foto onde vc possa realmente se ver e determinar a posição, a cor, a expressão ou o impacto que deseja causar. Não aos outros. Os outros agora, pouco importam, mas à vc mesmo.
Coisa boa...rs
Curta essa fase. Namore-se, ame-se, encontre-se, curta-se ! Se dê o direito de ser vc sem nada, sem ninguém.
Amada liberdade....rs
Logo, nova etapa virá e vc só poderá se dar bem se viveu essa intensamente.
Ficou bem na foto......rsrsrsrsrs
Beijo...............Cris

Kris Arruda disse...

:-D

Sou cercado de gente muito boa!