quinta-feira, novembro 27, 2008

Mood of the Day!

Ouvir rádio brega faz vc escutar as músicas bregas que gosta. Essa fazia tempo que não ouvia...


Toni Garrido - Sou Você

Super-exposto.



Em fotografia (ou cinema) dizem que algo ficou super-exposto quando por algum problema (e ás vezes de propósito) a imagem aparece muito clara. Deixaram entrar muita luz, seja por espaço ou tempo demais. A imagem fica “lavada”, esbranquiçada, o que impede que se veja o retrato como ele realmente é, com todos seus detalhes, defeitos e qualidades. Por muitas vezes essa imagem pode parecer melhor ou pior do que verdadeiramente é, mas independente disso, uma coisa é certa, é diferente do original.

Por aqui, me exponho cada vez mais, deixando entrar a luz que for, nunca me preocupando muito com tempo ou velocidade. Prefiro pecar pelo exagero, melhor ver uma realidade brilhante mais clara do que é do que escura e indecifrável. Não tenho problemas com isso, acho o preço baixo pelo prazer que tenho com os muitos comentários positivos que recebo. E não falo (exclusivamente) daqueles que elogiam meus textos, e sim daqueles que se identificam, e de alguma maneira não se sentem sozinhos, quando passam por dificuldade e indagações como as minhas.

O fato é que eu não estou sozinho nesse mundo e não sou anônimo. De diversas formas, o que escrevo aqui pode influenciar minhas relações sociais. Como já disse um tempo atrás, o que escrevo aqui, genericamente ou não, pode ser entendido como o receptor quiser. Pode vestir a carapuça ou vestir em alguém. Além disso, minhas opiniões, atitudes, credos, criam uma persona que não necessariamente sou eu.

Como uma imagem super-exposta, o meu retrato aqui não corresponde exatamente ao original. Tem a mesma silhueta, mas esconde o que não quero mostrar e destaca o que nem é tão notável assim. Aparento aqui o que quero, ajusto a câmera para mostrar o que acho mais interessante, respeitando duas coisas. A vida alheia, que não me pertence, o que é interessante para os leitores, ainda que não seja a coisa mais marcante ou importante para minha vida.

Não gosto de desagradar aqueles que me acolhem e vivem a minha volta por causa da imagem difusa construída aqui, mas espero que todos que passam por aqui, lêem, analisam, entendam que escrevendo, sou quem preciso ser, dou o que me pedem, não sou melhor ou pior, sou uma pessoa extremamente comum. O mais importante para aqueles que me conhecem é entender que um dos maiores prazeres da minha vida é escrever, é sentir que ajudei alguém, fiz rir, se emocionar, sonhar, mesmo que seja apenas uma pessoa, isso sou eu, e se for errado ou atrapalhar a vida de qualquer um, tentem me perdoar, não quero perder vocês, afinal, sem tudo que eu vivi e vivo com todos vocês nada existiria.

DJKast #026 - I Love You Honey Bunny



Chegamos violentos essa semana. O Primeiro bloco é composto por músicas de filmes do Tarantino (2 como diretor e 2 como roteirista), uma melhor que a outra. O segundo só múscias novas de bandas grandes que há pouco soltaram albuns inéditos. Espero que gostem.

Rolaram:

Dusty Springfield - Son Of A Preacher Man
Stealers Wheel - Stuck In The Middle With You
The Blasters - Dark Night
L7 - Shit List
Guns N' Roses - Catcher in The Rye
Oasis - Waiting For The Rapture
AC/DC - Rock N Roll Train
Co.Ro - Because The Night


Para ouvir no computador clique aqui e para adicionar no iTunes clique aqui.

Caso clicar acima não adicione o feed automaticamente no seu iTunes, para adicionar o feed "na raça", basta abrir o programa, ir na opção "Advanced", daí clicar em Subscribe to Podcast e inserir esse link na caixinha: itpc://web.mac.com/cristianoarruda/DJK/Podcast/rss.xml

Como sempre, se tiver qualquer dúvida, ou quiser pedir alguma música, basta me mandar um e-mail.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Eye Candy!



Megan Fox. Speechless

You can’t, always give what you want



Apesar de adorar aprender, e observar o comportamento de todos o tempo todo, certas lições demoro para pegar. Talvez porque não queira, talvez porque demore a aceitar que estou errado. Mas seja lá o que for, quando aprendo levo pro resto da vida. Não esqueço nem faço corpo mole.

Algumas dessas lições foram: amigos não são pra sempre, amores não são pra sempre, não espere dos outros o que você faz por eles, não confie em ninguém. Ao longo dos anos fui aprendendo de maneiras dolorosas tudo isso. Mas fui incorporando ao meu jeito de viver, mesmo discordando internamente, entendo que são conceito imprescindíveis para meu bom convívio social.

A última lição que tive foi a de que nunca devo dar mais do que me foi pedido. Posso ainda ser surpreendente, encantar como quiser, mas se concentrar em dar o que as pessoas estão pedindo tem de ser o foco principal. E isso funciona em todas as esferas. Lembro bem de um amigo me falando que em sua empresa, tinha um funcionário que depois de vinte anos de casa, ainda insistia em “fazer as coisas certas”. Na hora morri de dar risada, e não entendi o que havia de errado. Ele explicou que as coisas não são assim, o funcionário não é contratado para fazer as coisas da maneira certa, e sim para fazer o que lhe foi pedido. Dessa maneira ele será útil de verdade, do contrario será apenas um chato.

No âmbito pessoal acredito que isso seja verdadeiro também. Cansei de dar ás pessoas todo meu melhor, meu respeito, carinho, companheirismo, tentando ser o mais próximo do parceiro ideal. O parceiro ideal no meu ponto de vista. O homem que passaria mais segurança, cuidado, que trataria suas mulheres como princesas num pedestal. Ou quase isso, afinal sexo não entra nessa equação.

O problema é que sempre achei que isso era o bastante, que se falhasse em outros pontos, essa base sustentaria o relacionamento. Errado. Ainda que mulheres sejam seres indecifráveis, basta parar para ouvi-las com atenção que se entende o que querem. E muitas vezes, querem algo muito mais simples do que você oferece. Nenhuma mulher quer de verdade um príncipe encantado genérico, de cavalo branco e armadura reluzente. Ás vezes o cavalo é dispensável, afinal, o que ela gosta é de andar mesmo, e a armadura pode ser enferrujada, desde que limpinha.

A real é que o homem dos sonhos de qualquer mulher é aquele que a escute de verdade, que entenda o que é importante para ela em cada momento, que supra suas necessidades, seja uma aliança no dedo ou um porre no bar da esquina. Não importa, basta ouvir e se possível ser companheiro.

Portanto, parei de pensar no que eu acho que seja melhor para elas, apenas escuto com atenção, e dou o que me foi pedido, assim como não espero que me ofereçam o que acham melhor para mim, e sim o que manifesto que quero. Usando das palavras de meu amigo Jagger, com uma pequena mudança:

You can’t, always give what you want
But if you try sometimes, you give what you’ve been asked.

terça-feira, novembro 25, 2008

Livre arbítrio.



Deus estava indo bem, criou o universo, como toda sua variedade de planetas, criou as estrelas que deixam o céu muito mais interessante de se olhar, a diversidade de plantas que nos dão de tudo alem de embelezar o mundo, os bichos que fazem o que os bichos fazem, e criou o homem e a mulher para tocar isso pra frente. Estava tudo bem, até ele dar uma qualidade a nós que jogou tudo por água abaixo. O livre arbítrio.

Deus, onisciente que é, sabia que sendo sua imagem e semelhança, mas não tendo seus poderes, não saberíamos lidar com essa liberdade toda. A maça coitada, foi a primeira de milhões de decisões “erradas” que faríamos. Nem vou entrar aqui nas grandes questões de guerra, poluição, genocídio, entre outras. Vou me deter a falar das pequenas coisas.

O livre arbítrio, apesar de direito, na maioria da história da humanidade foi muito bem monitorado. Para manter o povo sob controle inventaram diversas igrejas, leis, maldições, histórias do bicho papão. Isso não nos impediu de fazer muita besteira, mas nos colocou em trilhos com menos desvios e penhascos gigantescos. Transgredir era para os muitos corajosos. E os corajosos sempre vão pra fogueira.

Hoje vivemos num mundo muito mais tolerante, afrouxaram as rédeas, e ainda que reclamemos, não convivemos com muitas restrições. Trocaram os trilhos por largas e intermináveis estradas, repletas de vicinais, estradas de terra e atalhos. Podemos ir onde quiser. Ou seja, enfim, grande parte dos humanos podem usufruir completamente do tal livre arbítrio. Sem medo de punições, regras centenárias ou cabrestos. Somos livres, mas não temos idéia do que fazer com isso.

Basta observar bem a geração dos que tem de 50 anos pra baixo. Conheço muito poucos que estejam completamente tranqüilos com o que estão fazendo com as próprias vidas. Seja no setor profissional ou pessoal. Todos andamos de um lado para o outro sem saber o que estamos fazendo, por que ou mesmo pra que. Nos questionamos o tempo todo sobre o que é certo.

Não digo que antigamente não houvesse questionamento, mas para o público geral, eram apenas sussurros. Não tínhamos direito ou coragem de expressar descontentamento, fazíamos o que tínhamos o que fazer. Casamentos arranjados, heranças de negócio dos pais e aceitação de quem mandava. Era horrível, sim, não podíamos viver nossas próprias vidas, nem questionar o que achássemos errado. Mas era cômodo. Bastava viver.

Não acho que a liberdade seja ruim, de jeito algum, adoro o rumo que as coisas tomaram conceitualmente falando, mas também tenho certeza que estamos completamente perdidos e que sem onisciência vai demorar um bom tempo para nos acharmos.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Beber, cair, levantar.



O álcool é o melhor amigo do homem. E da mulher também. Na minha adolescência, bebia whisky como se fosse, bem, whisky. Toda noite, toda balada, toda tarde ensolarada, na verdade tudo era desculpa para beber. Fosse cervejada da faculdade, whisky com energético numa quinta a noite ou chopp num fim de tarde de Domingo. O fato é que eu bebia muito. Mesmo que menos que muitos amigos.

Depois que comecei a namorar, aos poucos fui largando o hábito, não tinha mais tantas festas, já havia me formado, e o principal, não precisava pegar mulher. Sou um cara tímido afinal. Então minha resistência pra bebida foi caindo, até o ponto em que três chopps já me deixavam tonto. Quando me metia a beber mais do que isso, o céu caía sobre minha cabeça, e tinha ressacas homéricas. Sinal dos tempos.

O fato é que estava tudo sobre controle, até eu ficar solteiro de novo. Ao contrario de alguns amigos, que por muito tempo foram solteiros e não eram de cair na balada, e ás vezes nem eram de beber, eu sempre me acabei. Faz tempo, mas era assim. Saía todas as noites que fosse possível, bebia o quanto fosse possível, dançava o quanto possível. Esse sempre foi meu natural, nunca fui caseiro quando solteiro, apesar de adorar ser caseiro namorando.

Pois bem, eis que foi inevitável, acabei voltando para essa vida, aos poucos é verdade, e mais maduro. Não preciso mais “pegar alguém” pra me divertir, posso simplesmente aproveitar a balada com um bando de bons amigos, até colegas de balada. Não me prendo ao que costumava fazer e tento conhecer lugares novos, pessoas novas, ambientes novos. Mas isso já é velho.

Agora estou na fase de analisar o que é essa vida. O papel do álcool no lance todo, a necessidade de estar sempre fazendo alguma coisa, o quão efêmeras são as sensações e experiências. Sem hipocrisia, viver cada noite de uma vez, não saber onde vai chegar é bem legal, mas depende muito da presença de pessoas especiais, ou mesmo de experiências inusitadas, sonhadas. E todos sabemos quão raras são essas situações.

A impressão é de que na maioria das noites, o conteúdo absorvido é ínfimo, que se coleciona risadas como goles, e só. Nada te faz crescer, amadurecer, evoluir. Patinamos numa realidade tão difusa quanto nossa vista dobrada devido ao álcool. Essa coleção cresce e é super divertida de se contar, de se viver, mas nada mais do que isso.

Se divertir é uma das coisas mais importantes da vida, sem dúvida, mas e o danado do equilíbrio? E a construção de algo, e o sentimento de que se está indo para algum lugar, o desenvolvimento pessoal? Não sei, por enquanto não vejo isso, logo tento cada vez mais investir nas pessoas e experiências especiais que encontro, por mais que não sejam as mais loucas ou legais de contar. Do contrario, acredito que a vida vai acabar tendo tanto conteúdo quanto meu décimo copo de chopp no final da noite.

sexta-feira, novembro 21, 2008

quinta-feira, novembro 20, 2008

DJKast #025



DJKast #025 traz a vocês uma seleção esquisita. No primeiro bloco três músicas que independente da língua que você fale, não entende nada. No segundo somos solidários a todos os paulistanos que trabalham nessa quinta e aqueles que sequer tem feriado hoje. Por isso trago a praia até vocês. Espero que gostem.

Rolaram:

Snow - Informer
Shaggy - Boombastic
Raimundos - Nêga Jurema
Bob Marley - Waiting in Vain
Jack Johnson - Breakdown
Bobby Mcferrin - Don't Worry, Be Happy
Claudja - Brand New Day (Accoustic)

Para ouvir no computador clique aqui e para adicionar no iTunes clique aqui.

Caso clicar acima não adicione o feed automaticamente no seu iTunes, para adicionar o feed "na raça", basta abrir o programa, ir na opção "Advanced", daí clicar em Subscribe to Podcast e inserir esse link na caixinha: itpc://web.mac.com/cristianoarruda/DJK/Podcast/rss.xml

Como sempre, se tiver qualquer dúvida, ou quiser pedir alguma música, basta me mandar um e-mail.

Mysterious Ways



Sabe quando você está pensando em comprar um carro e por isso o começa a notar na rua? Parece que tem muitos não? Então, quando se termina um relacionamento é a mesma coisa. Parece que o carro de sua ex é o mais vendido do planeta. E lá vai você, automaticamente olhar a placa pra saber se é ela. Pra que? Não sei, já que se for o caso não pense em buzinar, gritar ou bater no carro dela. Mas acredito que tem a ver com a angustia/ansiedade do primeiro encontro pós-término.

Pois bem, ontem ele aconteceu, e não dependi do trânsito para isso. Após uma sucessão de fatos estranhos e peculiares, acabamos nos encontrando sem preparação nenhuma. O lugar nos era conhecido, mas não era público, e quando mal percebemos, lá estávamos só nós dois, tendo que lidar com a estranheza da situação.

Como o fim do namoro não foi litigioso, a civilidade estava intacta, e lentamente começamos a conversar, iniciando pelas bordas de um copo bem cheio. Contamos 3 meses de coisas acumuladas, coisas que só o outro poderia entender, mas que pelas leis não escritas, não contamos.

Mergulhamos no copo e chegamos em nós, reviramos nossos conteúdos, discutimos adaptação, novas realidades, novas vontades, novos costumes, coisas que nos permitimos desde que nos separamos. Descrevemos sensações, rotinas, horários, como se ainda quiséssemos dar satisfação um para o outro, não por dever, e sim por uma mistura estranha de hábito e respeito.

Quase chegando ao fundo do copo falamos tudo que ouvimos um do outro nesse tempo separados, e essa hora foi de longe a mais desagradável. As pessoas se provam cada vez mais maldosas, insensíveis e mentirosas. Falam o que não sabem, o que não devem, o que inventam, e assim mancham uma relação que nunca sofreu com mentiras ou falta de comunicação. Confiar em ninguém é a única solução, melhor ainda se conseguir se blindar de qualquer notícia que dê margem a desconfiança e má interpretação.

Não chegamos a bater no fundo do copo, onde estariam as razões de termos nos separado, os frutos de nossas diferenças ou mesmo nossos sentimentos. Afinal, isso já foi discutido o bastante, e não tem motivo para ser mexido. Estamos bem com nossas decisões e posições, agora resta nos preservar para evitar desgaste desnecessário.

Isso tudo foi muito bom pra mim, tinha muito medo de que nos tornássemos estranhos completos. Nada me machuca mais do que olhar uma pessoa que já fui tão íntimo, como alguém que nunca teve relevância em minha vida. O encontro me provou que não há raiva, rancor, mágoa, desdém, ou qualquer coisa parecida. Confirmei que no fundo somos as mesmas pessoas, apenas em lugares diferentes.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Mood of the Day!


Lobão - A Vida é Doce

Com a mesma falta de vergonha na cara eu procurava alento no
Seu último vestígio, no território, da sua presença
Impregnando tudo tudo que
Eu não posso, nem quero, deixar que me abandone
Não posso, nem quero, deixar que me abandone
Não posso, nem quero, deixar que me abandone não
Com a mesma falta de vergonha na cara eu procurava alento no
Seu último vestígio, no território, da sua presença
Impregnando tudo tudo que
Eu não posso, nem quero, deixar que me abandone
Não posso, nem quero, deixar que me abandone
Não posso, nem quero, deixar que me abandone não
São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro
No presente que tritura, as sirenes que se atrasam
Pra salvar atropelados que morreram, que fugiam
Que nasciam, que perderam, que viveram tão depressa,
Tão depressa, tão depressa
São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro
No presente que tritura, as sirenes que se atrasam
Pra salvar atropelados que morreram, que fugiam
Que nasciam, que perderam, que viveram depressa, depressa demais
A vida é doce, depressa demais.
A vida é doce, depressa demais.
A vida é doce, depressa demais.
E de repente o telefone toca e é você
Do outro lado me ligando, devolvendo minha insônia
Minhas bobagens, pra me lembrar que eu fui a coisa mais brega
Que pousou na tua sopa. Me perdoa daquela expressão pré-fabricada
De tédio, tão canastrona que nunca funcionou nem funciona
E de repente o telefone toca e é você
Do outro lado me ligando, devolvendo minha insônia
Minhas bobagens, pra me lembrar que eu fui a coisa mais brega
Que pousou na tua sopa. Me perdoa daquela expressão pré-fabricada
De tédio, tão canastrona que nunca funcionou nem funciona
Me perdoa,
Me perdoa, a vida é doce,
Me perdoa, me perdoa, me perdoa...
São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro
No presente que tritura, as sirenes que se atrasam
Pra salvar atropelados que morreram, que fugiam
Que nasciam, que perderam, que viveram tão depressa,
Tão depressa,
São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuro
No presente que tritura, as sirenes que se atrasam
Pra salvar atropelados que morreram, que fugiam
Que nasciam, que perderam, que viveram depressa, depressa de mais
A vida é doce, depressa demais...
A vida é doce, depressa demais...
A vida é doce, depressa demais...
A vida é doce, depressa demais...

terça-feira, novembro 18, 2008

Cinto de castidade.



Ontem coloquei aqui o comentário do santocasto sobre meu texto sobre fidelidade. Hoje queria comentar o seu comentário. Se você não leu clique aqui, do contrário não entenderá nada.

Gostei muito do comentário, principalmente porquê na maioria das citações o leitor concordou comigo, quando não complementou com muita eloqüência. Até então tudo estava previsível, um leitor que pensava como eu. Até no final do comentário, santocasto explicou o porquê de seu nick.

A decisão dele obviamente me chocou, não por a achar infundada ou insana. Mas não menos radical. Usar um cinto de castidade, realmente impede que façamos qualquer besteira provocada por bebedeira ou sem-vergonhice. Alem disso é uma prova de comprometimento inquestionável, aprisionar nosso melhor amigo por uma pessoa é de se admirar.

Já fui de fazer nenhum, muitos e hoje menos sacrifícios para o bem de uma relação. Mas invariavelmente a balança pendia para algum lado. Antes retirava todos e todas da minha vida, mas não cedia um milímetro do outro lado. Depois aprendi a ceder mais e consequentemente receber mais. Hoje já não sei. Não tenho idéia como vou encarar meu próximo relacionamento fixo. Ás vezes acho que vou ceder menos, tentar achar alguém que demande menos, mas por outro lado ainda mora em mim uma vontade de entrega total, de mergulhar de cabeça.

A questão da fidelidade, apesar de ser um problema de todos, nunca me causou grandes problemas. Não tive problemas ou fins de relacionamento por causa disso, pelo menos não que eu saiba. E prefiro não ser muito curioso a esse respeito. A fidelidade que poderia ser quebrada na verdade sempre foi um fantasma, daqueles que aparece no momento em que está mais acuado. A tentação, a provação só existiu de verdade em momentos em que as coisas já não caminhavam bem, o que me faz acreditar que foram conseqüências, nunca causas.

Então, parando um pouco pra pensar, a fidelidade em si não me incomoda tanto, muito menos a ponto de ter que usar um cinto de castidade. No meu caso, se chegasse a esse ponto sei que teria problemas mais sérios do que o passarinho engaiolado. Saberia que se tivesse que chegar a esse ponto alguma outra coisa estava muito errada. Ainda que eu acredite que ninguém é fiel, ainda acho ser possível ficar fiel por um tempo prolongado. Isso resolve a questão? Não, ainda viverei assombrado, mas que a assombração sirva de sinal de que tenho que arrumar alguma coisa.

O texto do santocasto foi bom de cabo a rabo, mas ele pecou em um ponto. Em certo ponto ele fala sobre evolução, sobre se adaptar aos novos tempos. Pois bem, como vamos usar um artifício inventado há séculos para resolver um problema atual?

Eye Candy!

Sessão de fotos da Victoria's Secret em algum lugar abençoado...

segunda-feira, novembro 17, 2008

Casto.

Semana passada escrevi um texto sobre fidelidade conjugal, onde questionava a existência desta como a conhecemos. Se você já leu sabe minha opinião, se não leia. O negócio é que no fim da semana, recebi um comentário interessantíssimo do santocasto. E como nem todos entram nos comentários estou o publicando aqui. Acredito não haver problema, visto que ele comentou publicamente.

Ia responder nos comentários mesmo, mas acho que ele merece um texto inteiro. Então amanhã vou publicar meus comentários aqui. Leiam o texto pois vale a pena, é muito bem escrito, coerente e com um final melhor ainda.

Sem mais...

Em primeiro lugar boa noite!

Primeira vez nessas paragens, mas gostei e acho que vou voltar, se puder...

Meu apelido é casto, rs* e eu queria compartilhar umas coisas com vocês todos sobre fidelidade, digo fidelidade "forçada", uma experiência muito pessoal. Gostei desse tópico, ok, então...

"...acho nosso modelo de relacionamento tradicional impraticável..." Me too!

" O ser humano simplesmente não nasceu para monogamia..." Yes! Mas temos que mudar, porque o mundo mudou, evoluiu! O homem só consegue ser feliz e se realizar plenamente, se e quando "ESTÁ" em estado monogâmico. O egoísmo é péssimo para o homem. Já a abnegação...

"... ninguém é fiel, apenas está fiel" Totalmente verdadeiro.

"Fidelidade é uma coisinha por si só, bem relativa, até onde pode-se ir sem trair?..." Nossa exatamente!

"...se o namorado ver uma Playboy já está de certa forma traindo..." Claro que está, sem dúvida... Sem falar em masturbação e nas fantasias que passam na nossa mente quando gozamos. A punheta é uma traição muda, a pior de todas...

"...Nossos instintos são incontroláveis..." Com certeza!


"Minha visão já foi muito pessimista em relação a isso..." A minha também, aliás, ainda é! Precisamos de AJUDA para quebrar esse modelo, parar de trair e aprender a viver felizes dentro da monogamia.

Bom, agora vou dizer o que penso. Todo homem mente e trai. Nós somos programados de fábrica para isso. DNA, cultura, seleção natural, sei lá, chamem vocês do que quiserem, lamentem, mas não neguem somos assim. Somos criados por nossas mães para sermos assim! Mas podemos mudar. Podemos ser mais felizes e realizados. Não é mais para ser assim... O mundo já mudou acordemos! Que mulher que gosta de um sujeito traira?

Mas por outro lado, nenhuma mulher tem ou pode ter certeza absoluta que o companheiro É fiel. DIGO CERTEZA ABSOLUTA! Podem no máximo ter certeza que ele NÃO É FIEL (pior caso) ou que ESTÁ FIEL.
(como vc sabe que teu namorado não está te traindo nesse instante?)

Mas te garanto que nenhum homem se sente bem traindo, sendo egoísta, mentindo para a companheira (só se for um crápula), se masturbando e fantasiando com a Melancia...

Mas se trair ainda é um ato instintivo, não é intencional e isso não nos deixa felizes ou orgulhosos, apenas culpados... Fato: nada nos impede de fazer novamente, porque somos fracos. Sim somos fracos

Eu fui muito infeliz porque saia com várias mulheres, traía minha garota, porque não conseguia conciliar minha paixão, amor, dedicação com a luxúria, com meu desejo de "pegar todas".

Como saí desse ciclo de mentira, traição, desejo, incompletude, arrependimento? Bem, um dia contei tudo para ela, disse que a amava e pedi ajuda. Bom, na época já estávamos brincado com algemas, vendas e algumas coisinhas do tipo... Logo surgiu a idéia de eu usar um cinto de castidade masculino 24h por dia... Sério, tô sendo sincero, não tô de sacanagem não. Foi a melhor coisa que fiz. Deixei ela me trancar em um cinto de castidade (CB3000). Desde aquele dia, ela decide quando, onde e como transamos. Não posso sair sem ela abrir o pequeno cadeado. Não posso mais trair, não posso mais me masturbar e fantasiar com outras.

Gente sou muito, muito mais feliz assim. Não posso tocar no meu pau, as vezes rola uma frustração, mas ela tá tão feliz...

Só o uso "forçado" do cinto de catidade pôde acabar com a minha compulsão de trair... Não é pra todo mundo, mas quem quiser tentar eu assino em baixo ... É isso aí! Viva a monogamia.

santocasto

Mood of the Day!

A música parece que foi composta pela Xuxa, o vídeo editado pela Sasha. Mas como estou muito feliz em descobrir que sertanejo tá na moda, acho que a vida é boa!


Victor e Leo - Vida Boa

quinta-feira, novembro 13, 2008

Quais são seus planos?


Meus? Em que sentido? Pra quando? Não sei. Não tenho planos, só consigo dizer no máximo o que vou fazer no final de semana. Mais do que isso só planejo aniversários, festas de casamento, batizados, etc. Que na verdade planejam pra mim. Quando se trata da minha decisão, não tenho planejado nada.

Vejo as pessoas falando sobre Natal, Ano Novo, Férias, e eu não sei de nada. Tenho uma proposta ali, uma idéia aqui, mas plano de verdade não tenho. Nunca fui de planejar a longo prazo, mas tinha uma idéia vaga do que faria ou não. Era só decidir. Hoje o leque é muito aberto, o que, pra variar, é bom e ruim.

Bom, porque tive ótimas experiências com decisões em cima da hora, convites inesperados, ser pego desprevenido. Não acho que é lenda que as melhores viagens, baladas, encontros são decididos no momento. Planejar restringe, cria expectativa e torna tudo muito mais previsível. Elementos que podem prejudicar a experiência quando o que se quer é o novo.

Ruim, porque rola aquele medo de acabar não aproveitando as oportunidades. E se eu acabar não fazendo nada? E se sobrar eu em São Paulo? E se o ponto alto das minhas férias for assistir filmes no pay-per-view? Já deixei de aproveitar oportunidades, e mesmo que a experiência não tenha sido traumática, a sensação de vazio incomoda.

No final das contas, acabo me lembrando de que nunca estamos satisfeitos. Lembro quando tinha uma turma grande e inseparável, sempre tínhamos o que fazer, sempre sabíamos pra onde iríamos. E era sempre o mesmo lugar. Fosse bar, praia, campo, restringíamos – por uma porção de motivos – muito nossas opções, e isso me incomodava um pouco. Adorava a turma mas queria um pouco de surpresa, um pouco do novo.

Hoje tenho isso a minha disposição, posso fazer o que eu bem entender, e provavelmente vou me surpreender com o que virei a fazer. Mas até lá, fica a impressão de que tudo vai dar errado e passarei em branco todas as festividades. Até o momento que o inesperado se manifestar. Inesperado? Você está aí?

DJKast #024 - It's only Rock & Roll but i like it.


O programa dessa semana traz o primeiro bloco em volta da palavra Rock & Roll. 4 músicas que tem o nome do genêro no título. O segundo musquinhas de rádio, hits chiclete que não saem da nossa cabeça, com destaque para a música da M.I.A que sempre propões algo diferente. De brinde essa semana temos dois flashs dos bons. Espero que gostem.

Rolaram:

Joan Jett - I Love Rock'n Roll
Led Zepellin - Rock and Roll
The Ramones - Rock & Roll High School
The Subways - Rock & Roll Queen
Estelle - American Boy (Feat. Kanye West)
M.I.A - Paper Planes
David Guetta - Tomorrow Can Wait
Ken Lazlo - Whatever Love
Mc Saar & The Real McCoy - Love & Devotion

Para ouvir no computador clique aqui e para adicionar no iTunes clique aqui.

Caso clicar acima não adicione o feed automaticamente no seu iTunes, para adicionar o feed "na raça", basta abrir o programa, ir na opção "Advanced", daí clicar em Subscribe to Podcast e inserir esse link na caixinha: itpc://web.mac.com/cristianoarruda/DJK/Podcast/rss.xml

Como sempre, se tiver qualquer dúvida, ou quiser pedir alguma música, basta me mandar um e-mail.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Independente da dependência


Ontem encontrei uma amiga que há tempos não conversava. Na verdade, acredito que nunca havia conversado tanto com ela na vida. Ela é de fora de São Paulo e logo após nos conhecermos, perdemos contato. Como está passando uma temporada aqui pelas nossas terras, resolvemos tomar um café para colocar o papo em dia. E quanto papo.

A peguei no trabalho e nos três primeiros quarteirões, já percebemos que ainda que nossas vidas tenham tomado rumos completamente diferentes, nossa realidade, nossas indagações eram as mesmas. Eu morando sozinho e solteiro e ela morando sozinha fora de sua cidade tínhamos dois pontos em comum. Lidar com a solidão e a dependência.

Lidar com a solidão já é assunto batido por aqui. Não poder contar com alguém 100% do tempo, não ter o porto seguro, seja ele a família, a turma ou namorada(o). Mas no caso da dependência, que está intimamente ligada com a solidão, tivemos discussões interessantes.

Todos passamos, em algum momento, por situações em que nos perguntamos se dependemos de outra pessoa para ser feliz. Eu passei algumas vezes e independente da resposta, sabia que isso era inaceitável. Já faz tempo que tenho convicção de que não podemos colocar nossa felicidade nas mãos de outras pessoas. Precisamos nos bastar.

Mesmo com essa consciência, vira e mexe, por aqui mesmo, me questiono sobre a necessidade ou não em ter alguém. Não consigo ignorar que sinto falta de alguma coisa, que preciso de mais do que já tenho sozinho. Como amigos e família estão razoavelmente presentes, a conclusão óbvia é de que falta um amor.

Mas esmiuçando isso com minha amiga, ambos concordamos que na grande maioria das vezes, apesar de projetarmos alguém, não é esse alguém em específico de que sentimos falta. Sentimos falta do alguém genérico. Queremos uma pessoa e ponto. A projeção é baseada em nossas experiências recentes, em modelos próximos de ideais, mas que por algum motivo não vingaram.

A prova disso, se consegue com um exercício simples. Basta trocar, no momento desse sentimento de falta, a pessoa projetada por modelos parecidos. Se pensar que seria tão bom quanto, ta provado que o genérico serve, se não, é caso mal resolvido em sua cabeça mesmo.

Sentir falta de alguém genérico não é sinônimo de dependência de pessoas e sim de sentimentos. Se sentir cuidado, seguro, amado. Ás vezes apenas saber que alguém está pensando em você, se preocupando onde você está. Por instinto sempre nos agrupamos, vivemos em bando, mas num mundo onde cada vez mais temos que nos separar para crescer, saber que alguém está pensando em você é o melhor remédio para solidão.

terça-feira, novembro 11, 2008

Cuidado!


A palavra, cuidado, pode assustar, pode preceder a palavra, perigo, ser sinônimo de atenção, alerta. Por muitas vezes, ao ouvirmos essa palavra, ficamos tensos, esperando o pior, torcendo para dar tudo certo. Mas não hoje, hoje falo do cuidado que relaxa, não por estar precavido ou coisa parecida. E sim pelo contrário.

Há algum tempo atrás uns amigos me “acusaram” de paternalista. Justamente. Reconheço que sou mesmo, quero cuidar de todo mundo e fazer o melhor para quem eu gosto, do jeito que eu gosto. Por isso, constantemente dou algo que nunca me pediram e esqueço de oferecer o que as pessoas realmente querem. Eu que adoro decifrar e ouvir, acabo não escutando.

Transformar esse tipo de característica não é fácil, é coisa que está enraizada nos mais fundos porões do meu caráter. Tem que bagunçar um monte de coisa pra mexer e inevitavelmente vou alterar a ordem das coisas. Cuidar sempre foi minha missão, se fosse pra chutar diria que tudo começou num dia em que minha irmã se perdeu na praia do Gonzaga em pleno verão. Eu devia ter uns 10 anos e ela 2.

Seja este o princípio ativo ou não, sei que sempre quis cuidar de tudo, e sofri por muito tempo não entendendo como as outras pessoas não eram assim. Como podiam simplesmente não ligar, ignorar, impor. Fosse em amizades, namoros, família, vivia num conflito infernal, alem de sempre me dar mal.

Depois de adulto, entendi uma das coisas mais importantes da minha vida, nunca esperar que fizessem por mim o que faço por alguém. Isso foi libertador e me permitiu criar relacionamentos adultos, em que não me chateio por besteira ou decepciono facilmente. A característica de cuidar se manteve, um pouco mais seletiva e menos intensa, mas no seu lugar.

Agora, chegando nos 30, aprendi mais uma coisa. Não que fosse um grande mistério, mas o óbvio para uns, é mistério para outros. Hoje vejo como cuidar de todos e não esperar nada em troca me deixou exposto. Dependo daqueles que, como eu, instintivamente cuidam, pois esqueci o que é “pedir água”. Não peço ajuda, cuidado, mimo ou qualquer coisa parecida. Tenho que estar sempre servindo, se preciso que me sirvam apelo, vou me arrastando até a cozinha se necessário.

Hoje, finalmente estou aprendendo a aproveitar pessoas como eu. Pessoas que gostam de cuidar, que preferem dar do que receber, que genuinamente se sente mal quando no lado contrário. Eu conheço bem o sentimento. Agora estou conhecendo o outro lado, e se aprender direito a lidar com isso, o que já era bom, vai ser bom ao quadrado.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Mood of the Day!

Porque é segunda-feira, e segunda-feira não é dia para felicidade demais.


Nine Inch Nails - Hurt

I hurt myself today
To see if I still feel
I focus on the pain
The only thing that's real
The needle tears a hole
The old familiar sting
Try to kill it all away
But I remember everything

What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know
Goes away in the end
You could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt

I wear this crown of shit
Upon my liar's chair
Full of broken thoughts
I cannot repair
Beneath the stains of time
The feelings disappear
You are someone else
I am still right here

What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know
Goes away in the end

You could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
If I could start again
A million miles away
I would keep myself
I would find a way

Sobre os efeitos da eleição de Obama


Todo mundo está falando de uma América Pós-Racial, devido a eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos. Querem dizer que se um negro chegou no mais alto posto do país, não existem mais barreiras raciais para nada. Puro exagero. Li no Blog do Sérgio Dávila essa passagem de um show do comediante Chris Rock que reflete perfeitamente porque o buraco á mais embaixo.

Em seu show mais recente, o comediante Chris Rock conta que vive em Alpine, um enclave de endinheirados de Nova Jersey. Segundo seus cálculos, entre os milhares de moradores, há três outros negros vivendo lá. O ator cômico Eddie Murphy e os músicos Jay-Z e Mary J. Blige, todos milionários como ele. "Sabe quem é meu vizinho?", pergunta Rock à platéia. "Um dentista branco."

Ele pára e olha o público, numa pausa dramática. "Eu e Eddie Murphy somos gênios da comédia, Jay-Z e Mary J. Blige são gênios do rap. O meu vizinho, o dentista branco, pode ser bom no que faz, mas não é tão bom quanto nós. Sabe o que seria necessário para que um dentista negro conseguisse morar em Alpine e ser meu vizinho? Ele teria que ter inventado o dente ou algo assim..."


Esse é só um trecho, leia o texto completo no Blog do Sérgio Dávila

sexta-feira, novembro 07, 2008

Mood of the Day!

Assisti Rocknrolla ontem. Novo filme do Guy Ritchie. Gostei e recomendo pra quem curte o estilo dele (Snatch). Essa era a música do trailer e também rola na trilha do filme, que é muito boa.


The Subways - Rock & Roll Queen

Minha árvore


Demorou muito tempo para eu poder escolher minha família. Até certa idade tinha uma que havia herdado no dia de meu nascimento. Completamente heterogênea e incompatível, como a maioria das famílias. Quanto ao heterogênea sem problemas, acho que essa é uma das características mais importantes e ricas de uma família. Já o incompatível sempre me incomodou.

Quando virei dono do meu nariz, comecei a selecionar quem eu queria que fizesse parte da minha família de verdade. Minha família de sangue compõe minha árvore genealógica, mas como fruto, num belo dia amadureci e caí no chão. Fiquei ao relento até minhas sementes cravarem o chão e começarem uma nova árvore. Nessa nova árvore cresço do meu jeito, a partir do meu fruto, que sem dúvida tem herança genética da velha árvore, mas é diferente.

Minha família escolhida parece um ornitorrinco do mundo das plantas. Não se parece com nenhuma outra árvore, mas aos meus olhos é perfeita. Cada dia que passa cresce mais um pouco, seus galhos entrelaçam entre si e em alguns casos alcançam as árvores vizinhas.

Mas falando só da minha por enquanto, nela encontro meus amigos. Cada galho é uma turma, cada fruto uma pessoa. Quem amadurece cai e assim como eu pode voltar a se encontrar entre as folhas. Outros apodrecem e somem. Tento cada dia mais formar uma copa densa e espessa. Como um pinheiro, que tem os galhos próximos, quase inseparáveis, indistinguíveis.

A um lado, minha árvore genealógica invade minha escolhida. Com meu pai, mãe, irmã, meus primos-irmãos, minha vó e alguns outros poucos. Estes cada vez mais se parecem com frutos da minha árvore escolhida. Não são mais entediantes como antes. Enxergo em cada um motivo claro para fazer parte da minha vida, independente de parentesco.

Do outro lado nem sempre tem alguma coisa. Por muito tempo tive árvores vizinhas, que timidamente raspavam em meus galhos. Os frutos destas nem sempre combinavam com os meus, mas a partir do momento que perco o contato com seu tronco lá se vão todos os frutos. Os que gosto ou não. Nesta árvore ficam minhas namoradas e suas famílias é claro.

Assim vou levando, construindo minha própria árvore escolhida, até um dia fundi-las em uma só. Criando minha própria árvore genealógica. Acredito que esta será próxima da perfeição. Mesmo que meus filhos não concordem.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Mensagens Subliminares


Os homens sempre foram mais diretos, não por princípios, mais por inaptidão mesmo. As mulheres, muito mais interessantes, usam muito mais a subjetividade. Assim, a comunicação entre os dois sexos nunca foi fácil, homens esperando clareza e mulheres interpretação. Eu posso reclamar de vez em quando mas na verdade adoro isso. O exercício de decifrar pessoas me motiva, e faz com que eu conheça bem melhor com quem lido. Depois de um tempo, até o silêncio é mensagem clara.

Hoje essa comunicação tem muito mais meios do que antes. A grande maioria desses online. Orkut, Msn, Blog, Twitter, Facebook, Flickr entre outros. E isso dificultou bastante as coisas. Existem muito mais maneiras de passar sua mensagem, mas basicamente podemos dividir todos esses em dois grupos, o público e o privado.

O privado engloba emails, directs no twitter, mensagens específicas em geral. Essas são as mais fáceis. Com característica de carta, ás vezes sofremos por não conseguirmos nos expressar direito. Ironias nem sempre são claras e construções mal feitas podem inverter completamente o significado da mensagem original. Somos salvos pelo emoticons. ☺

Já no público é que o bicho pega. Nunca foi tão fácil se expressar publicamente. O que antes era exclusividade de jornais e revistas, agora está ao alcance de todos, e obviamente não temos noção desse poder. Muitas vezes nos comunicamos publicamente, seja com pessoa específica quanto em geral, falando dos assuntos mais diversos, os objetivos das mensagens também são bem claros em nossas cabeças. Em nossas cabeças.

Se comunicar publicamente é abrir margem para interpretação, e é aí onde mora o perigo. Cada pessoa que lê sua mensagem pode achar uma coisa. Uma não dá a mínima para o que você está falando, pula para o próximo scrap, outra acha interessante, mas nada mais do que isso, muitas são curiosas e perguntam logo sobre o que você está falando, ou no mínimo criam teorias que achem propícias.

Sem receptor definido, o emissor deixa a vaga aberta, o que faz com quem qualquer um se sinta lisonjeado, criticado, ofendido ou seduzido. Tudo isso por apenas uma mensagem, com vários receptores. Quem tem medo disso se reserva ao privado e raramente aparece. Mas quem não tem, quem quer falar pro mundo, quer ser escutado, fala, ás vezes demais, e de uma maneira ou de outra acaba criando diversas personas na cabeça de diversos leitores. Nos tornamos todos escritores e nem percebemos. Tenhamos blogs literários ou frases no msn do tipo: “Muitas saudades de você”.

Esse você pode tanto ser o novo namorado, o velho namorado, o cachorro quanto a mãe que mora longe. Depende do que você está precisando no dia.

Eye Candy!

Quem está por volta dos 30 anos, lembra do filme "Negócio Arriscado", primeiro suceso de Tom Cruise no cinema. Neste filme ele fez uma cena clássica, dançando de cueca.

Recriaram a mesma cena com a Heidi Klum de calcinha. Gênios.

DJKast #023


Essa semana temos um programa fanfarrão. De um lado cantando desafinado (o programa, não os intérpretes), e de outro exaltando a mulher da forma mais "pura" possível. Se é que podemos chamar isso de puro. Espero que gostem.

Rolaram:

Queen - Bohemian Rapsody
Guns N' Roses - Sweet Child of Mine
Billy Idol - Dancing With Myself
Velhas Virgens - Rafael Eu Amo a Sua Mãe
Ultraje a Rigor - Eu Gosto de Mulher
The Bloodhound Gang - The Bad Touch
20 Fingers - Lick It

Para ouvir no computador clique aqui e para adicionar no iTunes clique aqui.

Caso clicar acima não adicione o feed automaticamente no seu iTunes, para adicionar o feed "na raça", basta abrir o programa, ir na opção "Advanced", daí clicar em Subscribe to Podcast e inserir esse link na caixinha: itpc://web.mac.com/cristianoarruda/DJK/Podcast/rss.xml

Como sempre, se tiver qualquer dúvida, ou quiser pedir alguma música, basta me mandar um e-mail.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Luto


Esses dias fui a doutora da cabeça, e ainda que ela não seja terapeuta, conversamos um pouco. Falei como andava minha rotina, o que vinha fazendo e como estava encarando minha vida. Expliquei que tenho uma certa mania de me desafiar, de resolver da maneira mais dolorosa por achar mais certa. Não gosto de me enganar, de fingir que nada acontece. Ela me entendeu, mas disse que meus remédios só me trazem equilíbrio, que passo por um processo de “luto” e disso não posso escapar.

Achei interessante ela falar assim, pois sempre achei que toda separação é uma morte. Afinal, quando acontece uma separação, duas pessoas deixam de existir, se transformam em outras coisas que podem ou não se comunicar. Essa é uma das grandes diferenças da morte em si, a possibilidade de comunicação. A não ser que tenha poderes mediúnicos é claro.

Outra grande diferença é o livre arbítrio. As separações geralmente são originadas a partir de escolhas, uni ou bilaterais. Mas geralmente uni. Isso pode deixar a coisa um pouco mais complicada. O lado que escolhe pode sentir culpa, enquanto o outro abandono.

Fora isso, a separação é muito parecida com a morte. E assim como ela, tem um período de luto. Agora qual o tamanho desse período? Quanto tempo da tristeza e desconcerto até apenas uma lembrança? Minha médica disse 6 meses. Lembro que a Charlotte, do Sex and The City, dizia que era ao menos metade do tempo que o relacionamento durou. O que no meu caso seria 2 anos (?!?). Eu não acredito nessas fórmulas ou regras.

Cada um tem seu período de luto, e é responsável por ele. Assim como tem gente que em um mês está saltitando de alegria, outros podem amargar anos vivendo uma relação que já acabou. O importante é saber que depende principalmente de nós. Sem desculpas, sem culpar o outro por te procurar, ou o resto da sua vida que está difícil. Só você decide quando quer parar e é completamente capaz disso.

Meu termômetro é o seguinte. Quando fui “terminado” no meu ex ex namoro, durante minhas lamúrias, lembro de ter pensado o seguinte. Se eu pudesse pedir a Deus para retirar de mim todo aquele sentimento pela pessoa, eu pediria? Em certo momento eu disse não, depois de algum tempo eu disse sim. Essa é minha prova, se eu quero remover todo aquele sentimento, que ainda que tenha sido ótimo por tanto tempo, no momento só faz mal, sei que dei o passo mais importante em direção ao fim do meu luto.

Luto tem que ser o mais breve o possível, e esse breve, sem dúvida alguma varia muito, só não podemos confundir luto com respeito, respeito deve ficar pra sempre, mas luto é apenas um processo doloroso e necessário, nada mais do que isso. Portanto, que acabe o quanto antes.

terça-feira, novembro 04, 2008

Fidelidade existe?


Mais uma vez me pego na dúvida entre ser e estar. Na verdade isso nem é dúvida, é crença mesmo. Já faz um bom tempo em que acho nosso modelo de relacionamento tradicional impraticável. O ser humano simplesmente não nasceu para monogamia. Ainda que muitos possam bater no peito e falar que sempre foram fiéis, que nunca traíram seus parceiros, ninguém é fiel, apenas está fiel.

Fidelidade é uma coisinha por si só, bem relativa, até onde pode-se ir sem trair? Podemos ser simplistas e falar que apenas fato consumado através de contato físico é traição até uma visão extremista que acha que se o namorado ver uma Playboy já está de certa forma traindo. Então não é nada fácil ser fiel com seu parceiro, visto que cada um tem um ponto de vista, um limite.

Eu sou quase um extremista, basta saber que uma namorada deu corda para um outro cara, mesmo que tenha sido apenas para alimentar o ego, que considero infidelidade. Por outro lado acho que é perfeitamente normal querer agradar o ego, é instintivo e necessário, muitas vezes inclusive impede a pessoa de algum dia passar desse ponto. Contraditório eu sei.

Por isso há algum tempo duvido do modelo monogâmico. Ninguém precisa ser gênio para perceber isso. Veja a quantidade de separações litigiosas, de amigos que tem casos, da cada vez maior, aceitação em ser amante ou admitir que tenha uma. O que noutros tempos era considerado um absurdo, é cada vez mais comum, e a razão disso na minha opinião, é que todos estão percebendo que é complicado fugir disso.

Ser fiel é impossível por culpa da nossa construção. Nossos instintos são incontroláveis, e não importa o quanto você ame uma pessoa, eles podem se manifestar sem você saber muito o porquê. É assim, como medo, paixão ou desânimo. Não tem explicação certa, apenas teorias.

O que impede o mundo de sair se traindo por todos os lugares, em alguns casos, é o estado de fidelidade. Estar fiel depende de muita força de vontade e uma relação muito bem construída. Quando você está fiel, esquiva de qualquer situação que possa dar margem para seus instintos aflorarem, não dá margem para sentimentos intrusos e principalmente, não tem vontade de fazer nada relacionado a isso. O comportamento natural é seguir com sua vida do jeito que ela sempre foi, se privando de uma conversa aqui e outra ali. Sabemos muito bem o que estamos fazendo e quando cruzamos os nossos próprios limites.

Minha visão já foi muito pessimista em relação a isso, causando uma descrença no mundo tamanha, em que pensava se valia a pena me render a esse modelo de relacionamento. Ainda acho que ele é muito mal resolvido, que vem de uma série de costumes e regras que não fazem mais sentido, quem apenas algumas gerações futuras poderiam viver uma relação natural, boa e saudável. Sem esforços.

Hoje enxergo uma coisa positiva em achar que ninguém é fiel. Ser é fácil, se nasce assim ou não, não acredito em mudança de caráter e personalidade, apenas amadurecimento e conduta. Já, estar, demanda o uso do livre arbítrio. Para isso é necessário esforço e determinação tamanhos, que são dificilmente mensurados.
No caso de estar fiel, precisamos reprimir nossos instintos, abrir mão da liberdade e querer muito ficar assim. O que só valoriza a fidelidade conquistada. Se um dia ela acabar, não é caso de enganação, decepção, é apenas o fim de um ciclo, que pode ser triste e indesejado, mas precisa ser respeitado.

Mais sobre esse assunto lá no MM Planet.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Me empresta sua namorada?


Uma vez o Laganaro (é, mais uma vez ele) escreveu um texto engraçadíssimo. A base da história era de uma amigo pedindo a namorada dele emprestada. A premissa, aparentemente maluca, se desenvolvia com o amigo “pedinte” explicando que não queria a namorada do amigo para nada demais. Não ia beijar, não ia transar, nada de sacanagem, ele só queria estar um pouco com uma namorada. O porquê? Esse final de semana eu entendi.

Quando li o texto, ainda namorava, e achei bem divertido, mas não havia pego o sentimento envolvido, o que o levou aquela idéia. Afinal, pegar uma namorada emprestada não é um pensamento que passa por nossas cabeças normalmente, no máximo, algum pervertido pensaria nisso, e ainda assim, com fins sexuais.

Mas não é o caso, no texto fica bem claro (acho que é melhor vocês lerem, pois é grande demais para eu colocar aqui) que o negocio é diferente. Não sei se vou conseguir colocar em palavras, mesmo porque, como eu disse, eu não tinha completamente entendido até sentir. Tem a ver com intimidade mesmo. Com conforto, ficar com a “guarda baixa” como o Ricardo mesmo sempre diz.

Fui pra praia nesse final de semana e a noite subimos para a cobertura. Sentamos nas cadeiras, dois casais e quatro solteiros. Ficamos na maioria do tempo em silêncio, fumando nossos charutos, ouvindo Dave Matthews, de certa maneira estávamos todos na mesma, os casais não estavam se pegando nem nada, como nós, apenas aproveitavam o raro céu estrelado. Mas era diferente.

Tenho certeza que a experiência deles foi mais completa do que a nossa. Ainda que eu mesmo pregue, que para ser feliz, todos temos que conseguir primeiramente ser felizes sozinhos, certas coisas precisam ser feitas em companhia. Algumas coisas com amigos, outras com companheiras. Sejam namoradas, amantes, esposas, seja lá o que for. Por mais que pareça piegas, ou que não se perceba o valor disso no momento, assim se tem um momento perfeito.

Não é o sexo, não é o beijo, nem a conversa, é o “estar”. É uma mistura estranha de cumplicidade, intimidade, sentimento e presença que, sem precisar se manifestar de nenhuma maneira palpável, está lá.

Nesse sábado eu senti isso, estava sozinho e só queria uma namorada emprestada.

Mood of the Day!

Só assim pra não ligar pro trânsito!


Queen - Bohemian Rhapsody