quinta-feira, dezembro 29, 2005

Atrás de uma grande mulher

Se atrás de um grande homem tem uma grande mulher, atrás de uma grande mulher sempre tem uma porrada de homem. As grandes mulheres são disputadas a tapa pela população masculina. O Macho não tem propósito sem a Fêmea, afinal, o que seria dos homens sem as mulheres?

Nada. O mundo masculino sem a referência feminina perde o sentido. Seríamos apenas moleques peludos, mal-vestidos, freqüentemente vítimas de polução noturna.

O espelho de nada serve para melhorar nossa imagem se não tivermos alguém para nos dizer de maneira extremamente carinhosa para tirarmos aquela “camisa-ridícula-cor-de-vômito”. São elas que nos guiam sobre qual caminho devemos seguir, ou pelo menos nos obrigam a parar no posto para perguntar. Se temos algum senso estético no mundo moderno, ganhamos das mulheres. Depois delas, apareceram as revistas de comportamento, cortes de cabelo diferentes daquele que o papa-capim usava, e principalmente o fim das monocelhas.

Sem elas gastaríamos fortunas em terapia. Afinal que homem estaria disposto a ouvir tanto quanto elas. Apesar de falarem muito mais do que nós, ouvem infindáveis lamúrias sobre nossos descontentamentos em relação a vida profissional, nossos problemas com pais, mães, irmãs e tios que insistem em dizer que seu trabalho é inútil, além de dúvidas sobre o que fazer em relação a um rosto queimado de sol que teima em descascar antes daquela apresentação importantíssima.

No âmbito sexual é desnecessária a explicação de sua importância. Afinal qual a graça do cine-privé sem elas? O investigador chegaria na casa da testemunha do crime e ficaria apenas fazendo perguntas. Nada de rapidinha na pia da cozinha ou “umazinha” em cima do piano.

Não desprezemos, no entanto, nossa importância em suas vidas. Sem nós, elas estariam perdidas. Sabemos que somos nós quem possibilita a superação dos obstáculos do cotidiano, explicamos grandes teorias que elas nunca entenderiam sem a didática explicação por nós dada. Temos bilhões de neurônios a mais justamente para isso. Fazer o que elas não podem fazer, somos mais capacitados. Sem nós, afinal, como elas abririam os vidros de palmito e entenderiam a regra do impedimento?

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Como ser irresistível? Para iniciantes.

A teoria está cada vez mais perto de ser uma lei. Para ser uma pessoa extremamente atraente não é preciso ser perfeito. Só quase. Você precisa ter no máximo um defeito. Escolha um. O resto tem que ser consertado, reparado e emagrecido. Desse modo, nada o separará do Olimpo dos homens irresistíveis.

Para provar a teoria tomemos o show-business como exemplo. Além dos impecáveis, Brad Pitt, George Clooney e Tom Cruise, existem muitas personalidades que são consideradas também irresistíveis. Muitas não são perfeitas, porém, escolheram apenas um defeito para ter. O Nicolas Cage por exemplo. Tenho dó do prezado ator, suas feições me fazem crer que ele viveu a infância com uma leiteira enfiada em sua cabeça. Ele é notavelmente feio. Porém como diria uma amiga minha, “O feio mais bonito do Cinema”. Ainda que a afirmação seja contraditória faz todo sentido. O cara é o cão chupando manga, mas se esmera em aperfeiçoar todos seus outro atributos; veste-se muito bem, tem estilo próprio, cuida do corpo e principalmente, não tenta disfarçar que é careca. O conjunto funciona muito bem e muitas mulheres o consideram irresistível.

Podem dizer que ele é uma estrela de Hollywood e que, desse modo, não há comparação, na telona até o Tiririca fica bonito. Discordo. Ou melhor, concordo em parte, com a luz certa, maquiagem, personal, hair, dentist stylist e mais algumas dezenas de termos em inglês ele deve ficar apresentável. Porém, esse não é o ponto. O ponto é que você pode testar na sua casa mesmo. Imagine-se com só um defeito dos que você tem. Melhore todo o resto, viu que galã você fica? Eu fico pelo menos, olho pro espelho e faço pose. Ás vezes me pego de surpresa e é inevitável, tenho que olhar nos olhos do meu reflexo e dizer: “How you doing?”.

Para colocar o plano em ação, a primeira pergunta que você deve se fazer é: “Que defeito vou manter?”. A resposta é simples, o mais difícil de se extinguir. Peguemos um exemplo. Fictício. Nosso modelo tem o rosto composto da seguinte maneira, os olhos são pretos com pálpebras caídas, o nariz oblíquo, a boca não tem nada demais, orelhas similares as do elefante Dumbo e queixo com “bundinha”. Seu cabelo é crespo, bombrilzão, daquele de deixar Tony Tornado cheio de inveja. Mede 1,75, boa estatura, pesa 115 kg, péssima largura. Veste roupas genéricas, daquelas que todo mundo poderia ter, mas não combina com ninguém. A composição de cores é feita pelo processo do sorteio, o que se pegar primeiro do armário se usa.

Estamos lidando com um sujeito bem peculiar. Digo, feio. Os defeitos são muitos como se pode ver mas, só um deles não tem solução (barata pelo menos). A não ser que apele para a cirurgia plástica o rosto não pode ser muito melhorado. Já os outros são passíveis de mudança. A gordura se elimina fechando a boca e tirando a bunda do lugar, o cabelo pode ser raspado ou cortado no estilo Lenny Kravitz (antes da chapinha), o guarda roupa pode ser revitalizado e o gosto da cores, bem, compre um espelho.

Agora temos um cara com um rosto estranho, cabelo afro, 1,75, boa estatura, 80kg, boa largura, vestido em roupas que além de cobrir o corpo, ornam o corpo intensificando a personalidade do indivíduo, em cores que não desejam a morte umas das outras. Bem melhor não é?

Este é o programa “Como ser irresistível?” que sendo executado com muito empenho e atenção tem 100% de eficiência. Você ficará irresistível.Teste você mesmo, você vai se surpreender. Eu testaria.

PS: A teoria não se aplica a idiotas e ignorantes, para o programa “Como ser irresistível?” funcionar a configuração mínima necessária requer pessoas inteligentes e interessantes.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Amor, aliança e 23 dias.

Homens nascem com dons. Uns são dotados de extrema inteligência, resolvem problemas com facilidade, interpretam textos de sociólogos como fossem gibis e não mentem para suas mulheres. Uns são dotados de beleza inexorável, inspiram suspiros e ainda que mintam para suas mulheres não tem problema, afinal eles são “tããão lindos!”. Mas acredito que bem dotado mesmo é aquele que tem o dom de conhecer as mulheres. Sabe o que precisa sobre o sexo oposto e o que não precisa nem se arrisca a perguntar. Para o bem de todos. Eu nunca fui um desses.

Aos 18 anos de idade eu era bem bobo. Não assim bobo “dãããã”, um bobo legal. Ou melhor, eu era bobinho, ingênuo que só. Namorava uma menina de 15 anos, coisa que me colocava no patamar de igualdade. Eu achava pelo menos. Meu namoro era super maduro, afinal beijei e comecei a namorar no intervalo de sete dias. Namorar sozinho não é tão legal assim quando se tem 18 anos. Chamei a minha galera, ela a dela. Éramos 4 casais, um em cada quarto de uma grande casa em Alphaville. O que acontecia no quarto, morria no quarto. Eu achava pelo menos.

Qual não foi minha surpresa a descobrir que na verdade elas falavam tudo umas pras outras. “É natural”, diziam elas. Como assim? Estávamos envolvidos em relacionamentos sérios, amávamos pra sempre e provávamos usando alianças de prata nos dedos, isso não significa nada? Não há respeito nem pelos 23 dias de nossa história juntos? Não. Elas não achavam pelo menos. Contavam o que, quando, como, aonde e com que parte do corpo. Tudo que acontecia no quarto era detalhado.

Como representante da minha classe, convoquei na hora uma reunião. Na verdade terminei o meu amasso e assim que encontrei com a galera no carro (só um de nós tinha carta) na volta pra São Paulo derramei a verdade estarrecedora. Todos ficaram horrorizados. Me perguntavam sobre o amor, a aliança, 23 dias. Acalmei-os. Tínhamos que tomar uma atitude rápida, o caso demandava urgência. A solução foi genial. O tipo de coisa que você só faz achando que é inteligente com essa idade. Dar o troco na mesma moeda. Não preciso dizer que foi péssimo. O máximo que conseguimos foi ficarmos envergonhados. No máximo cobiçar a mulher do outro. O que foi ruim para alguns.

Isso foi o começo de um processo que nunca mais parou. Nós sempre falamos das putarias que fizemos nos quartos da vida, porém nossas namoradas são sagradas. O respeito é diferente, não queremos nossos amigos fazendo imagens mentais delas. São inevitáveis quando se descreve algo íntimo. Elas pra variar, se saem melhor nesse sentido. Não se incomodam geralmente. Aprendem mais umas com as outras e sabem muito bem quando algo é normal ou quando é pura falta de habilidade. Nós ficamos todos fingindo que sabemos tudo, eu por exemplo sei que enquanto não demonstrar dúvida ninguém vai achar que eu sou meia boca. Eu acho pelo menos.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Drenagem adrenada

É batata. Expressão antiga para dizer que algo era certo, lógico, sem dúvida. Assim como a expressão, as coisas que ela definia estão em extinção. O mundo dinâmico nos trouxe a necessidade de diversificar e diferenciar tudo mas não necessariamente ao agrado de todos. É preciso moderação quando se pensa em experimentar alguma coisa. Algo que aparentemente é inofensivo pode causar traumas irreparáveis.

Massagem, no universo masculino, por muito tempo foi batata. Quer agradar um homem? Que maneira melhor do que lhe tilinteando com os dedos e outras partes mais? Com a opção de finalização manual ou entre os seios melhor ainda. Porém sinto em dizer que mais um item do nosso universo deixou de ser batata. A maca, não mais é um lugar seguro e muito menos um refúgio de seus problemas. Inventaram a Drenagem Linfática.

O processo engana o mais escolado dos machos. As clínicas se encontram nos bairros tradicionais, Moema, Campo Belo, Itaim, a atendente esterilizadamente bem vestida, a maca é a mesma, branca e estreita.

Deitado em maca esplêndida, vestindo sua cueca de festa, como se ela fosse apenas mais uma da gaveta, você aguarda. Em alguns minutos irá se refestelar, ser Pachá por exatamente uma hora. Nada melhor do que receber uma massagenzinha e ainda diminuir alguns centímetros de barriga ao mesmo tempo. Lei do mínimo esforço.

O início é similar a qualquer massagem, o gel aquecido na temperatura de um banho de inverno , as mãos firmes em seu pescoço, pressionando seu omoplata como fosse uma massa de pizza. Você relaxa. Basta um segundo relaxado para as coisas se transformam. As mãos antes leves como penas, agora pesam como patas, a toalha que fazia companhia para o umbigo se refugia na virilha, deixando umbigo ali, sozinho, encurralado. Com movimentos contínuos a massagista aperta sua pança de cima para baixo em direção a suas axilas. Nem pense em dar risada que isso não tem nada de engraçado. Pequenos murros são dados em seus pneus laterais. Provável que o namorado da carrasca tenha chegado tarde ontem a noite, ela precisa aliviar o stress. Depois de certo momento a dor fica mais suportável e você relaxa o quanto pode. Mas... As coisas mudam, agora você é contemplado com novos movimentos e técnicas. Com o nó do dedo médio a massagista stressada pressiona seu corpo como uma criança que rabisca o papel. Até rasgar. Nesse momento você não tem dúvidas que o namorado além de chegar tarde, ainda trouxe com ele aquele cheiro de perfume barato. Você pode tentar aguentar calmamente e não esboçar reação porém por dentro você sabe que nesse momento, não passa de uma menininha.

Ok, pode virar de bruço.

Agora fica bem mais fácil, não que doa menos, mas enfim sua cara pode se desconfigurar a vontade a cada apertão, a única testemunha será o piso de cerâmica cinza claro. O procedimento é o mesmo, as sensações e pensamentos também, com a execção de que ao sentir-se rabiscado mais uma vez, se chega a conclusão final de que o namorado da massagista não só chegou tarde em casa envolto em uma nuvem de “Angel” genérico. Para essa intensidade de raiva é certo que no mínimo tinha uma calcinha vermelha no bolso.

Não lembro direito como terminou o tratamento, pois acredito que o choque tenha me causado amnésia temporária, porém lembro muito bem da hora de pagar.

Depois desse dia voltei mais 9 vezes, ao consultório da massagista manos de piedra. Ainda que pareça uma idiotice voltar para um lugar onde se teve uma experiência tão dolorosa, o tratamento tinha que ser terminado. O resultado deu pra ser notado, perdi alguns centímetros de cintura, muitos reais da conta corrente e um tiquinho de orgulho próprio.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Eu adoro ir no supermercado - por M. Boudakian

Eu adoro ir no supermercado. Não em qualquer supermercado, lógico. É preciso ser um supermercado que atenda as necessidades mais básicas que um homem pode ter. Não um homem qualquer, um macho moderno.

Boa seleção de vinhos nacionais e importados, principalmente da América do Sul. Boas opções para se tomar com os amigos (encorpados e secos) e também boas opções para ser tomar com a parceira (frutados e suaves).

Massas e molhos diferenciados. Não dá para comer espaguete a bolonhesa. Alias, isso nem deveria existir. É preciso inovar no formato e na combinação de molhos.

Um jantar bem realizado pode causar uma excelente impressão e minimizar todos os seus defeitos. Até melhor do que isso, provavelmente ela não vai nem notar os seus defeitos. Conheço poucas mulheres que se interessam por vinho e culinária, é uma oportunidade para mostrar que com você ela não vai se arriscar a tomar um vinho ruim ou comer mau em algum restaurante.

Carnes. Para churrasco. Churrasco é um ritual muito importante para o Macho moderno, quase uma cerimônia religiosa. Normalmente uma combinação de comida, sol, piscina, música e mulheres em roupa de banho. Saiba escolher a carne e não estrague o resto.

E por último, a área de limpeza. Sim, a sua casa deve estar sempre limpa, nem que seja você o responsável por isso. Compre produtos específicos para cada tipo de material a ser limpo. Não economize nisso. Ah, e compre sabão especial para roupas pretas, você não vai ficar bem andando com uma camisa desbotada por aí.

Seja comprando para minha casa ou para eventos com amigos e ou garotas, eu sigo o bom e velho lema: se quer bem feito, faça você mesmo. Ou então arrisque-se a terminar seu feriado comendo miojo com salsicha numa mesa empoeirada. Que beleza!

* Colaboração de Murilo Boudakian Moysés

terça-feira, novembro 22, 2005

Cosmético, coisa de macho.

Já estava mais do que na hora. As empresas de cosmético resolveram dar atenção aos machos modernos e estão lançando produtos específicos para os homens. Com linhas mais abrangentes que incluem desde os tradicionais shampoos, condicionadores, loções pós barba até os novos hidratantes, esfoliantes e até base para unhas. A Ox, marca já reconhecida no universo feminino, lançou a linha Ox Men, com vários produtos, incluindo até um shampoo para cabelos grisalhos. O cuidado com os detalhes é extremo, se reflete nos nomes, embalagens, e até numa das fórmulas que é composta por extrato de whisky, coisa de macho né. Já a Niasi, por meio de sua linha Risqué, traz bases para unha específicas para o público masculino. Calma, não se assuste, ninguém aqui está falando em homens com unhas da cor; Vermelho Pecado. As bases são incolores e vem em duas opções, semi-brilho e fosca, deixam as mãos do homem com boa aparência além de bem cuidadas.

Essa nova oferta no promissor mercado de produtos estéticos dedicados ao homem acaba com um problema recorrente dos vaidoso machos modernos. Más interpretações.

Uma vez, vi uma garota falando seu método para descobrir se estava saindo com um gay ou metrossexual. Investigue seu banheiro. Se achar apenas shampoos, condicionadores e sabonetes pode ter certeza que se trata de um macho a moda antiga. Caso se aprofunde mais entre seus armários e prateleiras e encontre dezenas de perfumes, loções pós-barba, quem sabe até um hidratante escondido atrás de um desodorante antigo. Está lidando com um metrossexual, faça a mão que ele vai reparar. Já se naquele gabiente embaixo da pia, ali ao lado do encanamento, você por um acaso encontrar um baldinho de lencinhos umedecidos “baby wipes”, amiga, saia correndo antes que ele peça pra você vestir o cinturão.

Que exagero. Concordo que um baldinho rosa com um bebê no rótulo não é das coisas másculas que pode-se ter num banheiro, porém, temos que observar que o mercado não nos dá escolha. Bebê rosa ou nada. Um amigo meu, tem esses lencinhos no banheiro dele. É uma opção, para ocasiões em que precisa-se sair rápido e estar com a cara um pouco mais apresentável, afinal, ninguém aqui gosta de ver, muito menos sentir, uma pele oleosa que se banhou de poluição o dia inteiro. Uma pele limpa e cheirosa é sempre mais atraente. Isso é o que o meu amigo alega ao menos.

Essas novas linhas vem para resolver justamente esses problemas. Nenhum homem quer abrir seu armário ou necessaire e ter a sensação que tem em mãos um kit de beleza da Hello Kitty. Precisamos de produtos e embalagens adequadas. Por exemplo, imaginem lenços umedecidos da Calvin Klein, com a essência de um de seus perfumes, vestidos com a tradicional austeridade da marca. Uma caixa preta retangular de aço, no meio uma abertura como um cofre, o logo “CK” logo abaixo gravado em prata, com o subtitulo, “wipes for men”. Já não é mais tão feminino assim não é?
A verdade é que o homem realmente quer usar cosméticos, porém a seu modo, com a sua cara. Nada mais justo. Podemos ser limpos e bonitos preservando nossos armários de se transformarem em arco íris de frascos amarelos, lilás e rosa bebê. Assim eu nunca mais terei problemas com lencinhos. Digo, meu amigo.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Potência e cilindrada.

Macho mesmo é o Enrique Iglesias. O cantor pop acaba de lançar uma linha de camisinhas tamanho P e Extra P. Surpreendentemente e já evitando as subsequentes piadinhas de mal gosto, Enrique admitiu que tomou tal atitude em causa própria. Sentia dificuldades em achar preservativos em tamanhos menores quando precisava e concluiu que havia espaço para tal produto.

Creio que a atitude de Enrique não tem precedentes. Ao menos não nessas proporções. Um dos maiores tabus masculinos é a discussão do tamanho de seus genitais. Ao lado da impotência e da brochada este é um dos mais intocados assuntos entre o público masculino. Com um destaque especial, já que é a única assombração desse tipo que nos acompanha desde crianças. Os vestiários de clubes são fantasmas para muitos homens que não sabem se aquilo que tem é tudo isso.

O problema parte do referencial que todos tem. Filmes pornográficos. Os atores desses filmes são invariavelmente supra dotados e nunca brocham. Pelo menos não no take que valeu. A inveja é natural, afinal é como estar com um Gol e perceber que todos os outro andam de Mercedes.

Logo, fica difícil sentir o conforto de que você está incluído na média. Obviamente temos muito mais Gols do que Mercedes na frota mundial. O tamanho médio do pênis do brasileiro (em riste) é de 14 cm, sendo normal de 10 a 18 cm. Pode ir pegar uma régua que espero. Sem pressa. Pegou? Viu? A grande maioria se encontra nessa faixa. Pode ficar tranquilo. Seu carro é tão possante quanto a maioria dos seus vizinhos.

Mas e se não for? E se você perceber que seu carro é 1.0. Acredito que o problema é ter consciência da sua “situação financeira”. Se você não tem dinheiro e só pode ter um carro 1.0 o que você faz? Se adapta. Não é porque não tem um possante que deixa de chegar nos lugares na hora que precisa. Lembre-se que a autonomia do 1.0 é muito maior do que um 4.1. As mulheres já cansaram de falar que o que importa é saber usar. Afinal uma Ferrari é completamente inútil se não se sabe nem mudar as marchas, do contrário o máximo que se conseguirá é ficar apertando o acelerador da sua máquina na garagem sozinho. Ainda que o ronco seja muito bom não dá pra se satisfazer por completo.

Tenho um amigo, daqueles que se inveja por sua auto-confiança que sempre diz: “Meu pinto é pequenininho, mas demoro pra caramba pra cansar.”. Esse é o espírito. Portanto independente do seu tamanho se preocupe em usar direito. E no caso de pensar em fazer alguma piadinha lembre do seguinte, o Enrique Iglesias pega a Anna Kournikova, e você pega quem?

segunda-feira, novembro 07, 2005

“Do Lar” - por M. Boudakian

Há alguns anos, era comum você ouvir essa resposta da boca de muitas mulheres quando indagadas sobre sua função ou trabalho. Hoje, ser dona de casa ou “do lar” tem uma conotação muito ruim entre as fêmeas humanas.

A entrada da mulher no mercado de trabalho gerou uma distorção de valores na sociedade e na composição da família. O cuidado com os filhos e com a casa foi terceirizado para babás e empregadas. E pior, algumas pessoas ainda adotam animais em substituição a prole, afinal são mais fáceis de serem criados e podem prover certo afeto.

Eu fico desesperado com ambas situações, o herdeiro do meu legado intelectual vai se chamar “rex” ou então vai ser criado pela antonha ou pela zezinha. Nada contra o rex, a antonha e a zezinha, mas o filho é meu. Tem que ser sangue do meu sangue e de alguma forma deve compartilhar os meus valores básicos. Por isso ele não pode ser um cachorro e muito menos passar mais tempo com estranhos do que comigo, oras.

Difícil é achar uma mulher que pensa assim. Hoje elas pensam: filhos são entraves, entraves atrapalham, vou comprar um gato. A mente da mulher está muito mais ligada nas coisas que antes pertenciam exclusivamente ao universo de ambição masculina (poder, dinheiro e sexo). É compreensível, depois de tantos anos de repressão. No fundo no fundo, elas pensam: há de chegar o dia em que homens poderão parir.

Nesse contexto de convulsão na vida a dois, o macho moderno muitas vezes se verá obrigado a fazer o papel de “primeiro cavalheiro”, isto é, gerenciar a vida do casal. Cuidar da casa, dos filhos, das contas, dos investimentos, eventos de família, agüentar parentes chatos e ainda por cima, preparar o banho da esposa, provável CEO de uma grande multinacional.

Não sei vocês, mas eu já me candidatei.

* Colaboração de Murilo Boudakian Moysés

quinta-feira, novembro 03, 2005

Estilo. É pra quem tem?

O natural quando se está procurando um estilo estético é se espelhar em personalidades, vanguardistas, que tem dinheiro, personal stylists e pose para fazerem e usarem o que bem entendem. Acredito que o personal stylist é muito útil para aquele que não tem tempo ou não liga para seu visual. O dinheiro facilita bastante. Afinal permite que o seu guarda-roupa seja mais abrangente e atualizado. Mas acredito que ambos podem ser contornados com criatividade e tempo dedicado. Já no caso da pose surge a dúvida. Quão importante é ser uma celebridade para construir um estilo?

As grandes personalidades, sejam atores, cantores, modelos ou ator-cantor-modelo parecem possuir algo similar a liberdade poética dos escritores. A liberdade estética. Ela confere aos que a tem, o poder de usar o que bem entender quando bem entenderem. Ainda que não livre de críticas. Jeans no Oscar? OK. Black-tie com bermuda de surf? Uhu! Jaqueta amarela com camisa turquesa e calça marrom? Só se for daltônico.

A questão é: pessoas normais tem o direito de se concederem um pouco dessa liberdade estética? Absolutamente. Isso é ter estilo. Se as pessoas se limitarem a usar apenas o que é considerado “normal” seremos uma massa com uniformes de luxo e cabelos de playmobil. Independente de sua notoriedade, acredito que você deva ousar o quanto achar que deve. Pode ser uma boa ou má escolha.

Eu por exemplo, na sexta-feira resolvi que iria cortar meu cabelo no estilo faux hawk. Para quem não sabe é aquele estilo que Beckham popularizou na Copa de 2002. Um falso moicano. Me juntei a Orlando Bloom, Ryan Phillip e Paulinho Vilhena (argh!), e tenho um cabelo estranho agora. As reações foram diversas, uns acharam ridículo, outros nem notaram mas muitos gostaram. Tenho uma teoria sobre ter agradado alguns. Devido a um histórico de “inventar moda” com cabelos diferentes, combinações de roupas não usuais e acessórios peculiares, o cabelo não é um “big deal”. Orna com o restante. Obviamente se eu fosse um almofadinha, sempre engomado e tradicional a reação não seria a mesma. O contraste seria muito grande e o look heterogêneo demais.

Acredito muito num trecho do livro do “Queer eye for the straight guy” que diz assim: “Poucos homens ficam bem numa calça de couro. Se você é um deles já sabe disso.”. Ou seja, se você tem dúvidas se pode fazer ou usar uma coisa é porque muito provavelmente não pode.

Deixe suas vontades fluirem naturalmente. Nem forçe a barra nem se censure. Use o bom senso. Com o tempo acertará e errará. Sua história monta seu estilo. O que você é hoje define o que será amanhã. Por isso, se você é diferente hoje, pode ser estiloso amanhã. Isto observado, por favor, não seja um babaca hoje...

sexta-feira, outubro 28, 2005

Do que as mulheres gostam?

O homem, primata que é, vem ao longo dos anos desenvolvendo-se para entender e, consequentemente, satisfazer sua fêmea. Vindo de uma época em que, as exigências em relação ao tratamento com o sexo oposto, eram muito menores, quando as mulheres eram extremamente subjugadas ao domínio masculino, o Macho Moderno tem que se contorcer entre salários desiguais (o dela é maior) e direitos dolorosamente iguais.

Não é a primeira vez que o homem tem que adaptar a algo para sobreviver. Faz parte da evolução. Criamos fogo, represamos rios, usamos cartolas, e essa é só mais uma barreira a ser transposta. Sem dúvida uma das grandes, devido a complexidade do problema e as consequencias das eventuais falhas. Noites de sábado com o Serginho Groissman.

Enfim, o homem se modernizou, aprendeu a respeitar, elogiar, admirar. Tratou sua respectiva como uma igual, sem no entanto esquecer do cavalheirismo, carinho e servidão. Todas as mulheres são nobres. Sem exceção, princesas, duquesas e rainhas, que, como tal, devem ser reverenciadas pela sua beleza, inteligência e independência.

O Macho Moderno aceitou quase sem reclamar, tudo que esse novo mundo lhe mostrou, depois de chegar a todas suas conclusões sozinho foi confirmar com a própria fêmea, do que ela gostava.

- Eu gosto mesmo é de homem filho da puta.

O homem, como sempre, errou. Na sua insolência intrínseca achou que tinha respondido assim de uma hora pra outra, a segunda maior de todas as questões. O que as mulheres querem? Achou que falando obrigado e dando um bocado de flores resolveria alguma coisa. Pobre coitado. Elas querem e merecem muito mais.

Quem sabe o que elas querem é um homem que abra a porta para elas entrarem primeiro e depois de um belo tapa em sua bunda, daqueles bem safados. Talvez estejam procurando aquele sexo que puxa o cabelo durante e faz cafuné depois.

Logo, percebe-se que a questão é muito mais profunda do que ser o rebento de uma cortesã. Não basta ser o tempo todo Charles Bronson, tem que ter um pouco de Leonardo di Caprio para equilibrar. O equilíbrio e timing são os segredos do sucesso. O fundamental é saber quando, quanto, como e onde fazer o que. É simples. Caso contrário pode-se perder o controle. Quer um exemplo?

Jantar de gala. A mulher passou a tarde no salão de beleza. Suas mãos, pés e cabeça passaram por adversidades diversas. Em casa, entrou em um vestido que é tão prático e confortável quanto uma máquina de lavar louça, calçou sandálias que são tão confortáveis quanto um compasso. Tudo, para ficar deslumbrante para seu par. O homem chega para pegar a donzela em casa. Ela se aproxima de seu carro. Desfilando. Em câmera lenta. Com um pouco de receio tropeçar. No semblante um olhar de certeza. Certeza que deveria ter escolhido um salto mais baixo. Desfilando. Soberana. O homem desce do carro para abrir a porta. Acomoda sua parceira no banco da frente um pouco encabulado pelas 4 latas vazias de refrigerante jogadas no chão. Dá a volta, entra no carro, trava as portas. Olha para a sua dama e repentinamente puxa seu cabelo, dá um tapão na sua bunda e diz

- E aí, minha safada.

Obviamente não funcionaria. Ainda que tal conduta pudesse ser extremamente eficaz cinco horas mais tarde, é desastrosa no momento citado. Não basta saber o que fazer. Tem que se observar o horário do evento, a circunstância, o humor, a fase da lua, o quanto os sapatos estão apertando para saber que você só vai acertar mesmo, no chute.

Observadas tais variáveis percebe-se que é inútil seguir em frente tentando responder a questão. O Macho Moderno, até segunda ordem, deve apenas conviver melhor com esse conflito. Assim ele segue livre para tentar se libertar da maior de todas as questões, que tanto confunde a cabeça do pobre coitado. Robinho ou Adriano?

quinta-feira, outubro 20, 2005

Suspirando

Existe uma grande diferença entre ter cabelo e Ter cabelo. Uma pessoa que sempre teve o cabelo curto não sabe o que é Ter cabelo. Os fios atrapalhando os olhos, a passada de mão na nuca, o vento estragando seu visual antes de uma entrevista. Tudo isso é experiência exclusiva daquele que tem cabelo comprido. E eu nunca fui um desses. O tipo de cabelo, chamado maldosamente de "ruim" não permite tal opção. Tive que me conformar. Até que, há pouco tempo tive conhecimento de uma coisa que não mudaria minha vida, mas os meus cabelos... era o amaciamento.

O amaciamento capilar segundo os profissionais da área, serve para suavizar as ondas do cabelo, deixa ele mais solto, com menos volume. Ou seja, alisa.

Temos uma alternativa ao extinto alisamento. Com um cheiro muito melhor e um nome muito mais convidativo, o amaciamento chegou para termos uma opção além do natural comensalismo entre nós e nossos cabelos. Como a Gal Costa que transporta seu cabelo pra lá e pra cá porém ganha um porta objetos em troca.

Para quem tem cabelo liso essa coluna não quer dizer nada, afinal nunca teve esse tipo de problema, mas meus companheiros de rebeldia sabe como é difícil ter esse tipo de escalpo. Pior se for do tipo: meio termo. Vezes afro, delonge encaracolado e nem de perto liso. Indeciso. Nunca sabe pra onde vai. Sai da raiz reto, pende um pouco pra esquerda e no final do fio faz um radical curva a direita. Não adianta secar, passar gel ou escovar. Decididamente indeciso.

Lembro da época em que era moda usar cabelo arrepiado. A “onda do momento”, como se dizia naqueles anos, era ser radical. Então eu radicalizava no penteado com gel New Wave (que tinha porpurina). Enchia as mão de gel, sem saber que a porpurina não sairia de lá pelos próximos dois meses, e mandava ver no penteado, pronto para assumir a atitude punk que é inerente a um garoto de oito anos. Eu não achava que ficava tão ruim assim apesar de ser bem diferente dos meus amigos. Hoje vendo fotos antigas percebo que nas minhas radicalizadas transformava minha cabeça num suspiro.

O amaciamento não é um processo muito rápido, nem muito barato, mas os melhores tratamentos estão localizados em salões de beleza repletos de mulher o que é um reconforto. Além do que podemos finalmente livrar nossa cabeça de se parecer com a querida sobremesa calórica.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Tudo em über?

Essa semana li sobre o novo livro das publicitárias Marian Salzman, Ira Matathia e Ann O´Reilly. O livro “The Future of Men”, propõe uma nova categoria de homem. O Überssexual. Este seria o homem atual. Enquanto o Metrossexual estava na depilação o Überssexual assumiu seu posto, botou o pau na mesa e mostrou quem manda. (tudo isso com muito estilo é claro.)

A definição que foi dada para esse novo homem é aquele que tem estilo, se preocupa com sua aparência porém sem exageros. Não segue obrigatoriamente o que a moda manda e em momento algum tem sua sexualidade colocada em questão. Na lista dos Top 10 da nova classe encontram-se pessoas como Ewan McGregor, Bill Clinton, George Clooney e em primeiro lugar Bono Vox.

Quando olhei essa definição pensei estar lendo sobre o próprio metrossexual pois essa era a idéia que eu tinha. Eu estava errado. Pelo que dizem o Metrossexual obrigatoriamente tem que se depilar, só pensar em compras, fazer manicure, pedicure, usar acessórios, entre outros. Se eu soubesse que ser Metrossexual era ser uma mulher com um pinto nunca falaria para ninguém que eu era isso.

Nunca achei que as coisas deviam ser tão radicais assim. Achava a idéia fantástica porque acho muitas vezes as “coisas de macho” muito estúpidas. O cara tem pelos nas costas, no nariz, na orelha. Daí sse quer se depilar logo surge algum pra dizer “Que coisa de boyola!”. Afirmação estúpida. A questão não é um peludão desses virar gay e sim se tornar homem de novo já que estava mais semelhante a um primata.

Nada mais inteligente do que a legitimação do homem que evolui e se trata também. Afinal as mulheres se sacrificam tanto para ficar estonteantes para nós porque não podemos nos esforçar um pouquinho. Só um pouquinho. Afinal ninguém não quero viver como uma muher, afinal se eu for muito bem-sucedido nesta tarefa vou acabar despertando apenas interesse das lésbicas. (o que não é de todo ruim)

Concluo então que por anos (uns 2 no máximo) eu fui uma farsa. Falava pra todo mundo que era Metrossexual e nem ao menos depilava o peito. Que fraude.

Agora, essa nova classe começa a se apresentar como o meu verdadeiro lugar. Afinal este sim é o cara que tem estilo, se trata mas não passa o limite de certas coisas que pertencem ao universo feminino. Por exemplo, calças que mostram o cofrinho. Também não precisa usar um cinto dourado com pedras azuis se a moda disser que tem que usar. Mas pode usar. Se quiser. Eu não quero.

Agora, só pra não cometer o mesmo erro, preciso encontrar as escritoras do “The Future of Men” e perguntar: “Überssexual pode fazer lipo?” “Pode ter peito peludo?” “E arrotar entre amigos?”
Se der tudo certo pode me chamar de Überssexual. Até criarem um novo termo.