sexta-feira, dezembro 30, 2011

A morte não é nada.

"A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.

A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Porque eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?

Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi."

terça-feira, outubro 18, 2011

PUNCH-DRUNK LOVE


Desisto. Volto a estaca zero no coração. Nada de maturidade, modernidade, sobriedade. Tentei ver a beleza das relações estáveis. Tentei dar espaço para as diferenças, enxergar relacionamentos com sociedades. Tentei escolher a pessoa "certa". Por mais que não sentisse que fosse.

Tentei crescer e deixar de lado a utopia do romance clássico. Mandei as borboletas pro inferno, que nunca mais entrassem no meu estômago. Até preguei aos amigos para que deixassem de acreditar em conto de fadas. Tentei mesmo, abandonar o amor ridículo, sufocante, bêbado.

Não consigo. Pavor, só de cogitar a idéia de nunca mais pensar em apenas uma pessoa, do abrir dos olhos grudados ao primeiro ronco desajeitado. Imagina só, quanta bravura é necessária pra não se abalar mais com o jeito que ela anda, levemente na ponta dos pés, como se nunca descesse do salto, nem na areia da praia.

Não tem como. Me falta muita força pra desisitir de tudo. Pra nunca mais ser pego com cara de bobo, olhando ela prendendo o cabelo, encostando o queixo no colo. Abrir mão de me revoltar com a falta de um "D" maiúsuclo maior, muito maior, grande o bastante para expressar o quanto gostei de suas mensagens. :D

Esse negócio de pouco sal não é pra mim. Nasci exagerado, alto, largo e aparecido. Minhas juras de amor são meladas, pegajosas, gosto mesmo é de me enrolar com ela no lençol como fosse papel de bala. Prefiro arrancar a tampa do saleiro, tingir logo essa relação de branco, matar a sede bebendo no bico das garrafas que se acumulam em volta da cama.

Como posso buscar não me machucar, se só acho bom quando é dolorido? Quando o abraço parece que vai quebrar nossos ossos. Quando sinto a necessidade fisiológica de morder sua boca, querendo arrancar um pedaço pra levar comigo. Porque raios achei que poderia fazer uma coisa dessas? Quero mesmo é que ela crave as unhas nas minhas costas até deixar sua marca, que me deixe miserável de saudades só porque foi até o cabelereiro.

Que se dane a segurança, já sei o caminho de volta se for largado no altar. Catar os cacos é comigo mesmo, faço de olhos fechados, de coração partido, de orgulho ferido. Deixo para os adultos a relação calma, responsável, equilibrada. Se uma hora der tudo errado, é na casa de vocês que vou choramingar. Jurar que não fare mais isso, como juro que não nunca mais beberei no denso lodo da ressaca.

Mas eu sei, vocês sabem, todo mundo sabe. É mentira. Sou dependente, sou um fraco, basta aparacer uma garrafa de amor brega que salivo. Na primeira dose de paixão adolescente já caio em tentação. E vivo o quanto puder, o quanto aguentar, me embriagando dela até a última gota.

segunda-feira, julho 04, 2011

10 Coisas que Um Homem Pode Aprender com os Bebês


Inconformada com a preguiça do autor que vos escreve, a leitora Vanessa Arruda, também conhecida como minha irmã, resolveu fazer ela mesma sua versão da série 10 coisas. E não é que ela leva jeito. Uma pena eu não poder colocar aqui e falar que fui eu quem escreveu.

• Não seguro o choro.

Você conseguiu a sua primeira refeição chorando, mais tarde o seu primeiro brinquedo e algumas pessoas até o seu primeiro carro. Não tenha vergonha de chorar, não faça manha, só não tenha medo de se expor.

• Faça apenas o que você sabe fazer bem.

O bebê sabe fazer necessidades, chorar e mamar. Ele não sai por ai tentando dirigir um trator. Ele não da um passo maior que a perna, ele vai com calma aprendendo uma coisa de cada vez. Pense nos seus projetos que deram errado, quantos realmente nunca iriam dar certo e quantos foram executados antes da hora?

• Não tenha medo de pedir ajuda.

Quando a coisa apertar “corra pra mamãe” sem vergonha nenhuma. Corra pra namorada, esposa, companheira, etc. Peça ajuda por que sozinho não conseguimos nada.

• Observe mais e fale menos.

Nunca subestime o poder da observação. Se as mulheres falam mais é por que têm mais coisas (e muito mais interessantes) à dizer. Preste atenção pode ter certeza que sua taxa de sucesso ao tentar conquista-las irá subir exponencialmente.



• Sorria mais vezes ao dia.

Realmente um sorriso te leva longe. Sorria por motivos mais simples, não seja tão exigente, as felicidade esta nas pequenas coisas.

• Ame sua família.

Com o tempo a tendência é nos distanciarmos de quem nos criou. Esta certo que crescemos e precisamos ter nossas próprias vidas, mas faça de um costume um almoço ou jantar uma vez por semana, você nunca sabe por quanto tempo os terá na sua vida.

• Coma direito.

Tudo bem o bebê não tem opção então é muito mais fácil. Mas tente comer coisas mais saudáveis. Não abra mão do junk food se ela te faz feliz, mas não esqueça que você vai envelhecer e vai precisar de todas as vitaminas que hoje a falta passa despercebida.

• Esteja cheiroso o tempo inteiro.

O perfume marca um momento, você tem que ter certeza que irão lembrar de você como uma pessoa cheirosa. Você pode falar que as vezes é impossível estar com cheiro de banho, por exemplo no fim da balada. Isso não é desculpa. Não economize na hora de comprar desodorante, compre um que fique até o outro dia de manhã, lave o rosto toda vez que for ao banheiro para evitar o cheiro de suor e deixe sempre um perfume no porta luvas do carro.

• Durma o quanto puder.

Balada atrás de balada + acordar cedo pra trabalhar vai ter deixar acabado antes dos 40. Valorize mais suas horas de sono e escolha com mais discernimento quais baladas valem a pena você ir.

• Não tenha medo de crescer.

Não pense na passagem de anos como envelhecimento. Pense em amadurecimento.

quinta-feira, maio 19, 2011

Eu amo o mundo.


Todo ano no meu aniversário escrevo aqui um texto cheio de ranço e amargor sobre a dificuldade que tenho em lidar com meu aniversário, e datas festivas em geral. Mas hoje não.

Alguém disse que se os escritores fossem muito felizes não teríamos metade das obras fantásticas que existem. Concordo. Falar sem reclamar, sem se lamentar, é muito mais difícil. Se embrenhar no mundinho Poliana é a coisa mais fácil.

Por isso não escreverei muito, pois hoje, eu amo o mundo. Eu amo a vida "não-ideal"que levo. Amo meu apartamento pequeno em que qualquer coisa está perto do lixo. Até o chuveiro. Amo meu carro que vivia quebrando e me dando ótimas histórias para tuitar, amo o restaurante meia boca que como todos os dias, só para poder falar mal e dar risada.

Amo todo mundo, mesmo quem não gosta de mim, por que essa pessoas fazem parte do que sou, de uma maneira ou outra. Amo ter um dia da semana em que tudo vai dar certo no final, amo meu sofá que me dá dor nas costas, mas poderia escrever um livro só com o que já escutou e presenciou. Amo meu Ar condicionado, por que ele é foda mesmo. Amo o Carl Sagan, que apresenta a série Cosmos, obrigado por acabar com meu problema de insônia, Carl.

Amo minha mãe, que não é por que é minha, mas é a mãe mais legal do mundo, amo minha irmã que apesar de ser uma pessoa difícil com todo mundo, comigo é um anjo. Amo meu pai pela força de vontade que tem em continuar aqui. Amo até minha madastra, que se provou uma companheira de primeira num momento péssimo.

Amos vocês amigos, putaqueopariu, vocês são muito foda. Vocês me aguentam e me oferecem tanto. Muito. O mundo.

Eu amo o mundo.

Not old. Just older.


Hey, man, it's been a while Do you remember me?
When I hit the streets I was 17
A little wild, a little green
I've been up, I've been down, I've been in between
After all these years and miles of memories
I'm still chasing dreams
But I ain't looking over my shoulder

[Chorus:]
I like the bed I'm sleeping in
It's just like me, it's broken in
It's not old - just older
Like a favorite pair of torn blue jeans
This skin I'm in it's alright with me
It's not old - just older

It's good to see your face
You ain't no worse for wear
Breathing that California air
When we took on this world
When we were young and brave
We got secrets that we'll take to our grave
And we're standing here shoulder to shoulder

[Chorus:]
I like the bed I'm sleeping in
It's just like me, it's broken in
It's not old - just older
Like a favorite pair of torn blue jeans
This skin I'm in it's alright with me
It's not old - just older

I'm not old enough to sing the blues
But I wore the holes in the soles of these shoes
You can roll the dice 'til they call your bluff
But you can't win until you're not afraid to lose

[Solo]

Well, I look in the mirror
I don't hate what I see
There's a few more lines staring back at me
Now the nights has grown a little bit colder
Hey man, I gotta run
Now you take care
If you see coach T. Tell him I've cut my hair
I've kept my faith
I still believe I'm just...
Ha

[Chorus:]
I like the bed I'm sleeping in
It's just like me, it's broken in
It's not old - just older
Like a favorite pair of torn blue jeans
This skin I'm in it's alright with me
It's not old - just older

quinta-feira, março 31, 2011

Love will tear us apart...again...

Devia ter colocado isso no texto passado, mas vai agora mesmo.


When routine bites hard,
And ambitions are low,
And resentment rides high,
But emotions won't grow,
And we're changing our ways,
Taking different roads.

Then love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.

Why is the bedroom so cold?
You've turned away on your side.
Is my timing that flawed?
Our respect runs so dry.
Yet there's still this appeal
That we've kept through our lives.

But love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.

You cry out in your sleep,
All my failings exposed.
And there's a taste in my mouth,
As desperation takes hold.
Just that something so good
Just can't function no more.


But love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.
Love, love will tear us apart again.

terça-feira, março 29, 2011

Toxic!

[2008-11-13] Love is a drug [swallow]
Não existe dúvida, seja você usuário ou não, o efeito de narcóticos (ou tóXicos, como diz meu pai) é extremamente agradável. Não é a toa que tantas pessoas no mundo se viciam. Seja para esquecer os problemas, enxergar o mundo com outros olhos ou puro entretenimento, drogas causam sensações que não podem ser replicadas. Não na mesma intensidade, com a mesma eficiência.

Essa é a parte boa, todos sabem também da parte ruim. Quanto mais alto a droga te leva, maior será a queda. Invariavelmente, para se recuperar de um tombo recorre-se a droga novamente, e assim se cria o vicio.

Alguns relacionamentos são assim, tóxicos. Contém todos os mesmos efeitos e conseqüências, qualidades e defeitos de qualquer narcótico de uso recreativo. Mas disfarçados de amor e paixão, passam batido. Não há alerta dos malefícios, não tem campanha na TV, os pais não recriminam, e os artistas adoram romancear. Ao mesmo tempo que levam ao êxtase, amortecem e acalmam, não dão a menor idéia do preço que há de se pagar. Causam as piores ressacas, crises de abstinência torturantes e dependência extrema.

Se livrar dessa dependência é tão difícil e doloroso quanto se desintoxicar de narcóticos. Sem poder apelar a uma clínica, durante a crise de abstinência, improvisa-se com livros, filmes, sorvete, amigos, e não coincidentemente, drogas. Tudo para preencher o vazio, pra substituir o “barato” do relacionamento tóxico. Assim como qualquer viciado, nem ao menos um pouco da droga pode ser consumida, o corte tem de ser radical, nenhum contato com aquele que fez tão bem. E tão mal.

Atravessado o inferno da desintoxicação, o organismo está limpo, resquícios ínfimos de toxina, o coração bomba sangue a todo vapor. Algum tempo em observação e se está pronto pra outra. Sim, outra, porque é pra isso que estamos aqui, certo? Viver, e não existe vida sem risco. Agora no entanto, com uma cicatriz, daquelas que incomodam nos dias de frio, que não deixam esquecer o que a causou e como foi o processo de recuperação.

terça-feira, março 01, 2011

Mood of the Day!

Adele - Someone Like You


I heard that you're settled down,
That you found a girl and you're married now,
I heard that your dreams came true,
Guess she gave you things I didn't give to you,
Old friend, why are you so shy?
Ain't like you to hold back or hide from the light,

I hate to turn up out of the blue uninvited,
But I couldn't stay away, I couldn't fight it,
I had hoped you'd see my face,
And that you'd be reminded that for me it isn't over,

Never mind, I'll find someone like you,
I wish nothing but the best for you, too,
Don't forget me, I beg,
I remember you said,
"Sometimes it lasts in love,
But sometimes it hurts instead,"
Sometimes it lasts in love,
But sometimes it hurts instead, yeah,

You know how the time flies,
Only yesterday was the time of our lives,
We were born and raised in a summer haze,
Bound by the surprise of our glory days,

I hate to turn up out of the blue uninvited,
But I couldn't stay away, I couldn't fight it,
I had hoped you'd see my face,
And that you'd be reminded that for me it isn't over,

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Como encarar a dor?


Estava eu lá pelas terras de Miss Di, quando me deparei com seu post sobre dor. Mais especificamente sobre um estudo (você pode ver com mais detalhes aqui) que indica que olhar para a fonte da dor pode reduzir a sensação dela.

O estudo trata obviamente de dores físicas, mas assim como a Di, a primeira coisa que pensei foi: "E pra dor psicológica?".

Bem, ainda que seja muito bonito falar que devemos encarar a dor, reconhecer e enfrentar seja lá o que/quem esteja causando, não consigo acreditar que seja verdadeiramente a melhor opção. Ao menos não sempre.

Acredito sim que problemas devem ser encarados, sempre, e qualquer que seja. Mas problemas são diferentes de dores. Afinal, se você quebrou um braço (problema), mesmo o engessando (solução) não se livra da dor (errr...dor). A dor é consequência de um problema que é a causa.

Eu sou um tanto masoquista. Quando estou com torcicolo fico forçando o pescoço no sentido em que está o problema. Não sei porque, acho que vai ajudar. Então me exponho muitas vezes a dor achando que um tratamento de choque pode resolver seja lá o que for. Ou resolve ou me mata logo de uma vez.

Não funciona. Certos problemas se alimentam de atenção. Com atenção ganham relevância e com relevância já viu né? Assim, entendo que certas dores devem ser enterradas, sepultadas e se posssível, esquartejadas para que fique impossível de ser rastreada. Se precisar tomar analgésico, anestésico, seja o que for, que seja. O que importa é deixar essa dor escondida, sufocada, pra que aos poucos morra sem ar, asfixiada pela falta de atenção.

A pesquisa indica que em vez de virar o rosto ao sentir dor, é melhor encará-la. Tudo bem, a próxima vez que bater meu dedinho contra uma quina farei isso, mas quando derem com uma marreta no meu coração vou fingir que não é comigo.

PS: Happy Valentine's Day nessa segunda! Rs...

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Macho e Consumista?

Vender moda pra homem não é simples. Não somos fáceis como as mulheres. Na verdade até somos, quando se trata de carros, motos, video-games. Mas na moda, somos mirins perto do sexo feminino. Nunca tiramos algo de uso por que saiu de moda, nem saímos correndo pra comprar o último lançamento. Mas isso não quer dizer que as grandes marcas deixem de tentar.

A Louis Vuitton usou Scott Campbell, tatuador de NY, para mostrar sua coleção masculina da próxima estação. Tudo bem sutil, chancelado por um cara coberto de tatuagens que anda de Triumph e viaja o mundo.

Isso é a Louis Vuitton, mostrando que sabe vender pra homem de verdade, sem precisar apelar.

Parte 1

Parte 2


PS: Quero o case para iPad, o dock cinza e aquela caveira tatuada nas minhas costas.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Caindo de maduro


Se tem uma pergunta que me faço constantemente é: “O que é amadurecer?”. Não é nem questão de curiosidade, é para uso próprio, senão, como farei para saber se eu estou amadurecendo.

Depois que me livrei do peso de achar que amadurecer era se iludir com estabilidade, se vestir com roupas desconfortáveis e basicamente fazer todo o resto que esperam que você faça, fiquei meio perdido.

Eu poderia aceitar que sim, aos 30 anos eu já deveria estar casado, ter filhos, um bom emprego, só me embriagar em churrascos de amigos próximos e ter a certeza que levaria uma bronca da esposa quando chegasse em casa. Não seria confortável, mas seria mais...simples.

Seguindo o caminho dos “rebeldes”, em que amadurecer é uma questão bem mais complexa do que contas e protocolos sociais, fico bem perdido sobre o que deveria estar fazendo o homem maduro. Deveria parar de gastar o dinheiro que não tem em viagens e brinquedos? Deveria se preocupar mais com o futuro? Deveria ter um plano de previdência privada?

Acho que não. Acho que tais questões tem mais a ver com a personalidade de cada um e de como estes obtém paz de espírito no presente. Amadurecer deve estar mais no fundo. Deve ser mais pessoal.

Daí eu penso que a cada dia que passa me sinto mais sozinho. Não solitário, sozinho. Não porque me abandonaram, mas porque eu percebi isso, antes que uns, depois de outros.

Não importa quantos amigos você tenha, se é casado ou solteiro, se sua família é unida ou não. Em nossas análises, decisões, perguntas, sempre estamos sozinhos. Não dá pra trazer alguém para dentro de nossas cabeças. Não dá para fazê-los sentir o que sentimos quando encaramos cada opção. Não dá para imprimir em seus dnas, nossas dificuldades físicas, muito menos compartilhar nosso repertório de experiências.

Felizes ou tristes, estamos sozinhos, e o que entendemos como companhia são as projeções de todos que nos cercam. As outras pessoas não estão juntas de nós, e sim o que esperamos e enxergamos delas. Que sim, podem ser impressões corretas, mas sejamos realistas, quanto de você mesmo é mostrado pro mundo? Quanto do que te define está trancafiado e não é compartilhado nem mesmo com seu consciente?

Talvez amadurecer esteja relacionado com a essa epifania. Com essa lucidez que transforma completamente nossa percepção de mundo. Mexe com nossa tolerância, empatia e expectativas para com o mundo, e esse povo todo que está em cima dele.

Quem sabe amadurecer seja entender esse mundo, aceitá-lo e não enlouquecer. Não entrar em profunda melancolia causada pelo que nos prometeram por anos e anos. Pela clara realização de que não existe mundo feliz, família feliz ou coletivo algum feliz. Existe indivíduo, feliz, triste ou qualquer outro estado de espírito. Este indivíduo pode ter a sorte de sincronizar sua felicidade com a dos outros, ou pode simplesmente não dar importância. Pode entender que o mundo não tem que ficar excitado porque ele está feliz, nem compreensivo porque ele está triste.

Hoje, esse indivíduo aqui do outro lado da tela está apreensivo, amedrontado, desamparado. Mas eu entendo que o mundo não. Eu entendo que meus amigos estão cada um em seu estado, e eles não são menos amigos meus por isso. Não digo que não doa, não digo que não queria que o mundo parasse para olhar pra mim, que todos parassem de rir enquanto eu choro. É falta de respeito. Assumo, pois já desisti de mentir para mim mesmo. Mas fazer o que? Não posso mais fazer como antigamente e espernar. Eu amadureci, né?

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Listen all of y’all, this is Sabotage!


Tô feliz, não sou modelo mas meu corpo está melhor do que nunca, estou feliz no trabalho, me pagam bem, não trabalho aos finais de semana e tenho uma parcela razoável de auto-realização. No pessoal, bem, não posso reclamar, estou namorando com uma pessoa fantástica, companheira, compreensiva que vive demonstrando seu amor por mim, fazemos um do outro pessoas melhores. Em família tudo vai bem também, sim, as coisas não são perfeitas, mas também não posso alegar que vivo qualquer conflito.

Pois bem, quanto tempo vai demorar pra isso tudo acabar?


Esse é nosso pensamento na maioria das vezes. Quando a esmola é demais já começamos a gastar menos. Pois não somos bobos, a mamata vai acabar e vamos cair de cara se não tomarmos cuidado. E nós sabemos o quanto dói cair de cara. Não podemos arriscar, logo agora que nos livramos daquelas manchas embaixo dos olhos. Nossa cara está ótima.

Tudo poderia continuar numa boa por tempo indeterminado, até que, por culpa da vida, algo se desequilibrasse, uma doença, uma crise econômica, uma vagabunda chamada Sabrina. Mas não, a partir do momento que começamos a “gastar menos” com medo da queda, mudamos o comportamento e postura que nos levaram a esse ponto ótimo. E isso inevitavelmente antecipa a queda.

É a tal auto-sabotagem, nesse caso aguda, em outros crônica. Esse dispositivo de auto-preservação que mais parece uma pistola que só pode ser disparada pra baixo, geralmente em direção a nossos pés.

Mas e aí, como relaxar e deixar as coisas fluir como até agora fluíram? Ou no caso da sabotagem crônica, como deixar finalmente fluir? Afinal, se fosse fácil, ninguém se reconheceria no primeiro parágrafo.

Acredito que o truque é reconhecer o que é "neura" e o que é verdadeiramente objeto de auto-preservação. Pensar se nossa situação profissional está bem por mérito ou coincidência, se a pessoa que está ao nosso lado ou se nós estamos atrás dela, se nossa mente evoluiu o mesmo tanto que o corpo.

Análise fria não parece ter nada a ver com felicidade, e realmente não tem, mas que pode evitar infelicidade, opa se pode.