quinta-feira, janeiro 21, 2010

Relacionamento diabético


É assim, em algum momento da vida, o sujeito descobre que tem diabetes. Até aquele momento comia o doce que bem entendia. Agora não, independente de gostar muito ou pouco, sem dúvida vai sentir falta. É um sabor que não vai mais poder sentir, nunca mais da mesma maneira.

As opções do diabético são: comer o doce, ignorando a recomendação de todos e sua própria consciência de que aquilo vai te fazer mal. Ou enganar o paladar com doces diet, são parecidos com os doces normais, também não fazem tão bem a saúde, mas são bem menos prejudiciais.

Na primeira opção a experiência é completa. O sabor, a textura, o cheiro, tudo te leva de volta ao tempo que o doce era parte de sua vida. Já na segunda, você se engana. Tudo é similar, pode-se matar parte de seu desejo, pode até ter gosto de chocolate, mas não é mais doce. O amargor provocado pelo adoçante artificial é inevitável.

Devidas as proporções, se tornar diabético é como terminar um relacionamento. De um dia para o outro, você não pode mais ter algo que era parte inerente de sua vida. Os sabores, cheiros, texturas, todos estão eliminados de sua vida. Agora resta pouco a fazer. Como um diabético, você pode ser radical e nunca mais colocar um doce na boca. Como “Ex”, pode nunca mais ver aquela pessoa em sua vida. Guarda a lembrança e encara sua nova realidade.

Não optando pelo radicalismo terá duas opções para lidar com seu finado relacionamento. Cultivar uma amizade ou ter um caso mal resolvido.

Ter um caso mal resolvido é opção popular. Grande parte dos relacionamentos acabados não foram destrutivos ao ponto dos envolvidos não quererem mais olhar pra cara do outro. Com o passar do tempo, a tendência de relacionamentos assim, é esquecer tudo que deu errado e relembrar o que funcionava. Porém, não adianta nada o diabético esquecer que doces lhe são nocivos. Lembrando ou não, assim como o sabor continua, a substância ainda lhe faz mal.

Cultivar amizade é o ideal de todo relacionamento bem acabado. Ambos se gostam, mas, por culpa da vida, não se fazem mais bem. É natural tentar a adaptação para um novo status. Deixar o sexo e o romance de lado e usufruir o restante. O companheirismo, a sintonia, o prazer em dividir. Sim, é possível ter tudo isso, mas partindo do princípio de que tínhamos um todo, e que já fomos muito felizes com esse todo, ter só parte pode ser bem agridoce. Seja quando o outro encontrar um novo alguém, ou quando reclamar de algo que ambos adoravam. Em algum ponto se percebe que aquilo não é mais tão saboroso.

As pessoas que nascem com diabetes, ou até a adquirem logo cedo, sentem menos falta do doce. Não chegaram a comer doces como se nunca mais fossem parar de comer. Não tomaram como certa, a presença daquelas guloseimas para o resto de sua vida. Logo perceberam que teriam que abdicar e não se apegaram. Sofrem mais aqueles que após muito tempo se lambuzando, precisam parar de uma hora pra outra. Com a constante lembrança de como aquilo era bom.

Por isso não é fácil abdicar do doce de maneira radical para quem teve esse longo relacionamento. Por isso uma das duas opções costumam ser a saída. Existe uma opção melhor? Sim, optar pelos dietéticos é bem menos danoso. Mas será que você consegue lidar com o amargor?

terça-feira, janeiro 19, 2010

Esperando o hoje


Um copo de Coca-Cola estupidamente gelada do lado direito, o cinzeiro de outro. Olhando 45º a direita eu vejo o mar em que mais entrei na minha vida. Olhando 45º a esquerda o apartamento vazio. Sem amigos, namoradas ou mesmo o cachorro. É simbólico. No começo do ano eu me isolo em um final de semana para fazer não sei bem o que. Ou sei?

Não é depressão, não é falta de oportunidade, não é trabalho. Sou eu comigo mesmo, tentando entrar em um acordo. Tentando criar sintonia entre mente e corpo. Forçando a barra, vestindo cabresto, me colocando no canto pra pensar no que fiz. E mais importante, no que vou fazer.

Ainda no ano passado li e pensei muito sobre esperança. Num texto presenteado por uma amiga, descobri que penso igual a diversos filósofos. E eles me ajudaram a entender esses pensamentos.

Não tenho capacidade alguma de sintetizar o que filósofos dizem, então me contento em falar sobre o que me chamou mais atenção. E o que me pegou de verdade nesses textos foi o conceito de esperança. E como erroneamente a tomamos como algo bom.

É a esperança que faz com que nos decepcionemos, que torna histórias reais em tragédias, antes mesmo de terem acontecido. Nossas expectativas em relação às pessoas (isso engloba trabalho, amigos, romances) faz com que nos sabotemos. Faz com que deixemos de viver o que temos, por projetar o que podemos (ou não) viver no futuro.

Essa baboseira de só termos o presente é em parte verdade. O passado nos serve de exemplo, mas convenhamos, pela quantidade de vezes que repetimos os mesmos erros, nos é pouco eficaz. O futuro não presta pra nada. Não aconteceu e nunca vai acontecer. Não é a toa que Einstein determinou que a viagem ao futuro é impossível. O conceito de futuro tinha que ser reservado a físicos, estudiosos de mecânica quântica. Eles que gostam de falar sobre coisas inexistentes.

O amanhã, que tantas pessoas vão procurar hoje em astrólogos, videntes, numerólogos, é apenas o fruto do hoje. E confie em mim, só vai acontecer se você trabalhar para isso. Você ganhará na loteria, apenas se jogar, vai conhecer o amor da sua vida caso se apresente a inúmeras pessoas e vai ficar rico se acordar hoje, com muito ânimo e força de vontade. Se estudar, se procurar o que, verdadeiramente, pode te deixar rico.

É inútil especular se você não for um estelionatário com más intenções no mercado de ações. Então gaste seu tempo saindo com os amigos que tem hoje, viva o maior romance que pode viver com a pessoa que vai encontrar esta noite e esteja preparado para esta tarde ser promovido e ganhar milhões. Se algumas dessas coisas não der certo. Fique tranqüilo. Amanhã você tenta de novo.


Uma lata de cerveja estupidamente gelada do lado direito, o cinzeiro de outro. Olhando 45º a direita eu vejo o mar em que mais entrei na minha vida. Olhando 45º a esquerda o apartamento cheio. Meus amigos, namoradas e cachorros. Estão todos aqui. Sempre comigo. É fato. No começo do ano eu entendo que nunca conseguirei me isolar. Que tudo e todos me acompanham como uma grande coleção. Referências, experiências e sentimentos que estão impregnados em mim. Em um final de semana para fazer não sei bem o que, descubro que nunca saberei bem o que quero fazer. Só posso saber o que estou fazendo.

Eye Candy!

Olivia "Thirteen" Wilde

sábado, janeiro 09, 2010

Mood of The Day!


Muse - Feeling Good

Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Reeds driftin' on by you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
blossom in the trees you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Dragonfly out in the sun you know what I mean, don't you
know
Butterflies all havin' fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
And this old world is a new world
And a bold world
For me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling goo
d

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Mood of The Day!


Fan video de Gogol Bordello - Through The Roof 'N' Underground

When there's a trap set up for you
In every corner of this town
And so you learn the only way to go is underground
When there's a trap set up for you
In every corner of your room
And so you learn the only way to go is through the roof

Ooohoohoooh through the roof, underground
Ooohoohoooh through the roof, underground

And as we're crossing border after border
We realize that difference is none
It's underdogs who, and if you want it
You always have to make your own fun

And as the upperdog leisurely sighing
The local cultures are dying and dying
The programmed robots are buying and buying
And a psycho load of freaks they are still trying trying

Ooohoohoooh through the roof, underground
Ooohoohoooh through the roof, and underground

And as the boy scouts learn to read between the lines
The silver rabbits hop between their fathers' lies
And boy scouts ask "Where? Where do they go?"
They go to the country that they only know

Just like their meanings they lay between the lines
Between the borders their real countries hide
The strategigo's saw their advertise
Their strategy of being is one of in-your-face disguise

Ooohoohoooh through the roof, underground
Ooohoohoooh through the roof, underground!

And when their own walls they will a-crumble,
And all the systems will be discumbumbled,
Around the stump of bigotry, our own
Serebryanye zayazhy vodyat horovod! [Russian]

Ooohoohoooh through the roof, underground
Ooohoohoooh through the roof, and underground
Ooohoohoooh through the roof, underground
Ooohoohoooh through the roof! Underground!

Serebryanye zayazy vodyat horovod! [Russian]

Through the roof! And underground!
Through the roof! Underground!

Sejamos sinceros...


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