sexta-feira, outubro 28, 2005

Do que as mulheres gostam?

O homem, primata que é, vem ao longo dos anos desenvolvendo-se para entender e, consequentemente, satisfazer sua fêmea. Vindo de uma época em que, as exigências em relação ao tratamento com o sexo oposto, eram muito menores, quando as mulheres eram extremamente subjugadas ao domínio masculino, o Macho Moderno tem que se contorcer entre salários desiguais (o dela é maior) e direitos dolorosamente iguais.

Não é a primeira vez que o homem tem que adaptar a algo para sobreviver. Faz parte da evolução. Criamos fogo, represamos rios, usamos cartolas, e essa é só mais uma barreira a ser transposta. Sem dúvida uma das grandes, devido a complexidade do problema e as consequencias das eventuais falhas. Noites de sábado com o Serginho Groissman.

Enfim, o homem se modernizou, aprendeu a respeitar, elogiar, admirar. Tratou sua respectiva como uma igual, sem no entanto esquecer do cavalheirismo, carinho e servidão. Todas as mulheres são nobres. Sem exceção, princesas, duquesas e rainhas, que, como tal, devem ser reverenciadas pela sua beleza, inteligência e independência.

O Macho Moderno aceitou quase sem reclamar, tudo que esse novo mundo lhe mostrou, depois de chegar a todas suas conclusões sozinho foi confirmar com a própria fêmea, do que ela gostava.

- Eu gosto mesmo é de homem filho da puta.

O homem, como sempre, errou. Na sua insolência intrínseca achou que tinha respondido assim de uma hora pra outra, a segunda maior de todas as questões. O que as mulheres querem? Achou que falando obrigado e dando um bocado de flores resolveria alguma coisa. Pobre coitado. Elas querem e merecem muito mais.

Quem sabe o que elas querem é um homem que abra a porta para elas entrarem primeiro e depois de um belo tapa em sua bunda, daqueles bem safados. Talvez estejam procurando aquele sexo que puxa o cabelo durante e faz cafuné depois.

Logo, percebe-se que a questão é muito mais profunda do que ser o rebento de uma cortesã. Não basta ser o tempo todo Charles Bronson, tem que ter um pouco de Leonardo di Caprio para equilibrar. O equilíbrio e timing são os segredos do sucesso. O fundamental é saber quando, quanto, como e onde fazer o que. É simples. Caso contrário pode-se perder o controle. Quer um exemplo?

Jantar de gala. A mulher passou a tarde no salão de beleza. Suas mãos, pés e cabeça passaram por adversidades diversas. Em casa, entrou em um vestido que é tão prático e confortável quanto uma máquina de lavar louça, calçou sandálias que são tão confortáveis quanto um compasso. Tudo, para ficar deslumbrante para seu par. O homem chega para pegar a donzela em casa. Ela se aproxima de seu carro. Desfilando. Em câmera lenta. Com um pouco de receio tropeçar. No semblante um olhar de certeza. Certeza que deveria ter escolhido um salto mais baixo. Desfilando. Soberana. O homem desce do carro para abrir a porta. Acomoda sua parceira no banco da frente um pouco encabulado pelas 4 latas vazias de refrigerante jogadas no chão. Dá a volta, entra no carro, trava as portas. Olha para a sua dama e repentinamente puxa seu cabelo, dá um tapão na sua bunda e diz

- E aí, minha safada.

Obviamente não funcionaria. Ainda que tal conduta pudesse ser extremamente eficaz cinco horas mais tarde, é desastrosa no momento citado. Não basta saber o que fazer. Tem que se observar o horário do evento, a circunstância, o humor, a fase da lua, o quanto os sapatos estão apertando para saber que você só vai acertar mesmo, no chute.

Observadas tais variáveis percebe-se que é inútil seguir em frente tentando responder a questão. O Macho Moderno, até segunda ordem, deve apenas conviver melhor com esse conflito. Assim ele segue livre para tentar se libertar da maior de todas as questões, que tanto confunde a cabeça do pobre coitado. Robinho ou Adriano?

quinta-feira, outubro 20, 2005

Suspirando

Existe uma grande diferença entre ter cabelo e Ter cabelo. Uma pessoa que sempre teve o cabelo curto não sabe o que é Ter cabelo. Os fios atrapalhando os olhos, a passada de mão na nuca, o vento estragando seu visual antes de uma entrevista. Tudo isso é experiência exclusiva daquele que tem cabelo comprido. E eu nunca fui um desses. O tipo de cabelo, chamado maldosamente de "ruim" não permite tal opção. Tive que me conformar. Até que, há pouco tempo tive conhecimento de uma coisa que não mudaria minha vida, mas os meus cabelos... era o amaciamento.

O amaciamento capilar segundo os profissionais da área, serve para suavizar as ondas do cabelo, deixa ele mais solto, com menos volume. Ou seja, alisa.

Temos uma alternativa ao extinto alisamento. Com um cheiro muito melhor e um nome muito mais convidativo, o amaciamento chegou para termos uma opção além do natural comensalismo entre nós e nossos cabelos. Como a Gal Costa que transporta seu cabelo pra lá e pra cá porém ganha um porta objetos em troca.

Para quem tem cabelo liso essa coluna não quer dizer nada, afinal nunca teve esse tipo de problema, mas meus companheiros de rebeldia sabe como é difícil ter esse tipo de escalpo. Pior se for do tipo: meio termo. Vezes afro, delonge encaracolado e nem de perto liso. Indeciso. Nunca sabe pra onde vai. Sai da raiz reto, pende um pouco pra esquerda e no final do fio faz um radical curva a direita. Não adianta secar, passar gel ou escovar. Decididamente indeciso.

Lembro da época em que era moda usar cabelo arrepiado. A “onda do momento”, como se dizia naqueles anos, era ser radical. Então eu radicalizava no penteado com gel New Wave (que tinha porpurina). Enchia as mão de gel, sem saber que a porpurina não sairia de lá pelos próximos dois meses, e mandava ver no penteado, pronto para assumir a atitude punk que é inerente a um garoto de oito anos. Eu não achava que ficava tão ruim assim apesar de ser bem diferente dos meus amigos. Hoje vendo fotos antigas percebo que nas minhas radicalizadas transformava minha cabeça num suspiro.

O amaciamento não é um processo muito rápido, nem muito barato, mas os melhores tratamentos estão localizados em salões de beleza repletos de mulher o que é um reconforto. Além do que podemos finalmente livrar nossa cabeça de se parecer com a querida sobremesa calórica.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Tudo em über?

Essa semana li sobre o novo livro das publicitárias Marian Salzman, Ira Matathia e Ann O´Reilly. O livro “The Future of Men”, propõe uma nova categoria de homem. O Überssexual. Este seria o homem atual. Enquanto o Metrossexual estava na depilação o Überssexual assumiu seu posto, botou o pau na mesa e mostrou quem manda. (tudo isso com muito estilo é claro.)

A definição que foi dada para esse novo homem é aquele que tem estilo, se preocupa com sua aparência porém sem exageros. Não segue obrigatoriamente o que a moda manda e em momento algum tem sua sexualidade colocada em questão. Na lista dos Top 10 da nova classe encontram-se pessoas como Ewan McGregor, Bill Clinton, George Clooney e em primeiro lugar Bono Vox.

Quando olhei essa definição pensei estar lendo sobre o próprio metrossexual pois essa era a idéia que eu tinha. Eu estava errado. Pelo que dizem o Metrossexual obrigatoriamente tem que se depilar, só pensar em compras, fazer manicure, pedicure, usar acessórios, entre outros. Se eu soubesse que ser Metrossexual era ser uma mulher com um pinto nunca falaria para ninguém que eu era isso.

Nunca achei que as coisas deviam ser tão radicais assim. Achava a idéia fantástica porque acho muitas vezes as “coisas de macho” muito estúpidas. O cara tem pelos nas costas, no nariz, na orelha. Daí sse quer se depilar logo surge algum pra dizer “Que coisa de boyola!”. Afirmação estúpida. A questão não é um peludão desses virar gay e sim se tornar homem de novo já que estava mais semelhante a um primata.

Nada mais inteligente do que a legitimação do homem que evolui e se trata também. Afinal as mulheres se sacrificam tanto para ficar estonteantes para nós porque não podemos nos esforçar um pouquinho. Só um pouquinho. Afinal ninguém não quero viver como uma muher, afinal se eu for muito bem-sucedido nesta tarefa vou acabar despertando apenas interesse das lésbicas. (o que não é de todo ruim)

Concluo então que por anos (uns 2 no máximo) eu fui uma farsa. Falava pra todo mundo que era Metrossexual e nem ao menos depilava o peito. Que fraude.

Agora, essa nova classe começa a se apresentar como o meu verdadeiro lugar. Afinal este sim é o cara que tem estilo, se trata mas não passa o limite de certas coisas que pertencem ao universo feminino. Por exemplo, calças que mostram o cofrinho. Também não precisa usar um cinto dourado com pedras azuis se a moda disser que tem que usar. Mas pode usar. Se quiser. Eu não quero.

Agora, só pra não cometer o mesmo erro, preciso encontrar as escritoras do “The Future of Men” e perguntar: “Überssexual pode fazer lipo?” “Pode ter peito peludo?” “E arrotar entre amigos?”
Se der tudo certo pode me chamar de Überssexual. Até criarem um novo termo.