sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Qual o status?

Nascemos pelados, carecas e sem dentes, mas ao contrário do que dizem nem tudo o que vem é lucro. Se fosse não viveríamos em busca dos nossos ideais. O trabalho, a casa, o carro e principalmente a parceira. Ainda que por muito tempo possamos curtir nossa solteirice, em certo momento vamos querer nos acomodar. A busca é intensa para achar a companheira ideal, você corteja, manda flores, liga no dia seguinte. Tudo para um dia oficializar o fim (ainda que possivelmente momentâneo) da procura. Essa oficialização é uma passagem muito complicada de nossas vidas. Denominar, renomear, chamar. Afinal essa mulher que está com você é o que sua? E você o que é dela? Qual seu estado civil? Enfim, qual o seu status no orkut?

Infelizmente, o pedido de namoro tradicional se tornou brega para muitos, talvez por causa do programa “Quer namorar comigo?” do Silvio Santos com seus cenários vermelhos e binóculos, talvez pela constante sensação de todos de que deve-se saber tudo que se passa na cabeça do outro sem perguntar. A alteração do papel da mulher nos relacionamentos nos trouxe benefícios, é verdade. O fim da “obrigação” de dar o primeiro passo no jogo da sedução, por exemplo. A fantasia de ser intimado em uma noite qualquer por aquela pequena que está te olhando desde o momento que você chegou é bem mais plausível hoje em dia. Entretanto na hora de definir “em que pé se está” a situação é delicada, uma má interpretação pode acabar fazendo com que o recém nascido caso-namoro-rolo comece com o pé esquerdo. Ao passo que antigamente sabíamos que obrigatoriamente, nós homens oficializávamos ou enrolávamos.

Independente de sua vontade é melhor saber no que está metido. A formalidade ou casualidade pode igualmente ser muito bem curtidas desde que sejam claras para os dois lados. Assim evita-se circunstâncias em que você seja um canalha ou mesmo corno.

A solução óbvia é a comunicação, deixe o orgulho de lado e caso o período de esquiva e estudo do “adversário” se prolongue coloque os fatos em pratos limpos. Ou lençóis de preferência. Pergunte, não ofende mesmo, não será tão difícil fazê-la compreender que você não lê mentes. Caso você saiba ler mentes está perdendo tempo lendo esse texto.

As maneiras de fazer isso são infindáveis, variam de risco e efeito. Se você é um cara conservador, vá com calma, introduza o assunto lentamente, dê dicas sobre o que está pensando, cite exemplos. Caso jogue na mesa dos “high rollers” vá com fé, invista nos clássicos, escolha um jantar, o meio de um romance clássico ou uma tarde de domingo daquelas bem laranjas, com sol baixo beijando o horizonte. Pegue a mão dela, concentre-se, esqueça que o prejuízo pode machucar, pense que se apostar certo a bolada será grande. Escolha o momento, jogue as fichas e pergunte: Quer namorar comigo?