quinta-feira, outubro 29, 2009

Mood of The Day!


Delta Spirit - People C'Mon

I'm a wandering soul
I got no place of my own
Well I got nothing to give
Well I got nothing to show for it
And I'll be wondering all, for all my years
What I become no one could know

If you're feeling what I'm feeling c'mon
All you soul searching people c'mon

And I got something to say my friends
I will never lay down without a fight
And when I die it will be the day
When every one of my wrongs will be made right
Only times gonna heal my pain
Lord knows the mistakes I will make
Yeah there'll be peace on my soul someday
Reconside I'll be on my way

And I'll be wondering all, for all my years
What I become no one can say

If you're feeling what I'm feeling c'mon
All you soul searching people c'mon
Oh no, if you're feeling what I'm feeling c'mon
All you soul searching people c'mon

And I'll be wondering all, for all these years
What I become no one could know
If you're feeling what I'm feeling c'mon
All you soul searching people c'mon

quarta-feira, outubro 21, 2009

Mood of The Day!


Radiohead - High and Dry

Two jumps in a week, I bet you think that's pretty clever don't you boy.
Flying on your motorcycle, watching all the ground beneath you drop.
You'd kill yourself for recognition; kill yourself to never ever stop.
You broke another mirror; you're turning into something you are not.

Don't leave me high, don't leave me dry
Don't leave me high, don't leave me dry

Drying up in conversation, you will be the one who cannot talk.
All your insides fall to pieces, you just sit there wishing you could still make love
They're the ones who'll hate you when you think you've got the world all sussed out
They're the ones who'll spit at you. You will be the one screaming out.

Don't leave me high, don't leave me dry
Don't leave me high, don't leave me dry

It's the best thing that you've ever had, the best thing that you've ever, ever
had.
It's the best thing that you've ever had; the best thing you've had has gone away.

Don't leave me high, don't leave me dry
Don't leave me high, don't leave me dry
Don't leave me high, don't leave me high
Don't leave me dry.

quinta-feira, outubro 08, 2009

525.600 minutos.


É esse o tempo que me resta de vida. Fui lá no medico e o danado sentenciou. Um ano. Nem um dia a mais ou a menos. Engraçado como nunca temos 3 meses e 22 dias de vida. Sempre 1 ano ou 6 meses. Dei sorte.

Após o baque, chororô e revolta cheguei ao momento que todos chegamos quando temos um ano de vida. E aí? O que farei com o tempo restante? Afinal, tendo prazo de validade, nem presunto fica parado. Rapidinho vira mistura para omelete.

Comecei a pensar em tudo que queria fazer antes de morrer. Tudo que não poderia fazer falta na minha experiência de vida. Rapidamente percebi que “Ter”, não seria um verbo recorrente na lista. Qual o valor em ter algo quando o calendário é uma contagem regressiva para transformação em pó? O máximo que pode-se almejar nessa situação é uma urna, ou um caixão bacana daqueles dos filmes americanos.

A lista, no meu caso, começou com lugares e eventos que sempre desejei presenciar, experimentar. O primeiro foi assistir uma aurora boreal. Aquele fenômeno que acontece perto dos pólos, onde partículas de “sei lá o que” se chocam com a atmosfera e criam luzes no céu similares a grande parte dos protetores de tela do mundo. É besta? Talvez, mas eu sempre quis.

Egito. Sempre foi um dos lugares que quis visitar. Apesar de só ter ido para os Estados Unidos a vida inteira, e não ser fanático por velharia, conhecer as pirâmides é necessário. Pelas dimensões, pelos credos, por ver exatamente a mesma coisa que humanos de quatro mil anos atrás viram.

A lista de lugares cresceu e percebi que teria que planejar uma volta ao mundo. Tudo bem. Um ano.

Enquanto planejava, podia ir agilizando as coisas que podia fazer por aqui mesmo. Saltar de paraquedas, dirigir uma Ferrari, me apresentar para um grande público e curtir o aplauso. Entre outras coisas.

Conforme a lista foi tomando forma, percebi que grande maioria dos itens poderiam ter sido realizados há anos. Me perguntei porque nunca os realizei e imediatamente identifiquei os suspeitos usuais. Falta de tempo e dinheiro.

Gente morrendo fica impiedosa (honesta) com sigo mesmo e com o mundo, portanto logo percebi que gastei muito dinheiro com besteira e muito tempo com...bem....com nada. As únicas “faltas” que poderiam ser culpadas por eu nunca ter realizado esses grandes desejos da minha vida eram a falta de vergonha na cara e de força de vontade.

Mas, eu estou morrendo, vinte minutos já se foram, não podia perder mais tempo.

No dia seguinte da terrível consulta ia pra Boituva, saltar de paraquedas, e logo depois já estava agendado o aluguel de uma Ferrari 430 pra passar o feriado. Mês que vem começaria minha volta ao mundo, o cronograma ia respeitar as melhores épocas de cada local. Na mala, algumas peças de roupa e só. Sem computador, sem celular. Não podia perder tempo. Lá se foi mais um minuto.
Percebi então como tive sorte em ser sentenciado de morte. Em saber que daqui há um ano não poderia fazer mais nada disso. Podia aproveitar enquanto há tempo, por mais que não fosse muito. Fiquei feliz em ter tido essa sorte, imagina só se esse fosse apenas um texto fictício, onde percebo que não estou vivendo e tenho grande chance de continuar culpando a falta de tempo e dinheiro pelas minhas frustrações.


* Este texto foi inspirado pelos dois filmes abaixo.






E essa é a excelente música que "cedeu" o título a esse texto.