quarta-feira, dezembro 22, 2010

It was a very good year.

Para fazer minha retrospectiva de 2010, preciso voltar a 2009, o ano mais intenso de minha vida. E sim, eu adoro intensidade. Mas junto dela veio a inconseqüência. A mistura dos dois elementos fez do ano passado um belo caos. Coisas muito boas, muito ruins, muito loucas.

Devido a isso, comecei 2010 com um único objetivo: Ser uma pessoa melhor. Mentir menos, praticar mais a tolerância, a empatia. Chegar no balanço ideal do meu egoísmo. Um egoísmo em que eu pense primeiro em mim e não APENAS em mim.

E tive sucesso. Fui uma pessoa muito melhor, tanto que (comparado a 2009) provoquei poucos danos, prejudiquei poucas pessoas, e ainda assim, com plena consciência do que estava fazendo. Obviamente fiz cagadas, errei com muitas pessoas, mas em nenhum momento meu objetivo era ser perfeito. Só melhor.

Após os dois primeiros meses em que enfrentei um princípio de síndrome do pânico e sofri por problemas passados, me levantei para não mais cair. Nem uma vezinha. Dias ruins? Vários, mas pontuais.

Todas as pessoas com que me relacionei afetivamente me ensinaram. E não lições bestas, não aquelas que colocamos em textos bonitos e cafonas. Me ensinaram sobre elas, me ensinaram sobre mim.

Não sofri de amor, o que foi bem-vindo depois de dois anos apocalípticos no assunto. Mas também um alerta de que se não sofri é porque não me entreguei a ninguém. E se não me entreguei a ninguém, existe o risco de eu estar vivendo uma vidinha morna e sem graça. Não foi falta de oportunidade, pois como disse, todos meus relacionamentos desse ano foram verdadeiramente afetivos. Nada casual. Por mais que tenham durado7 meses ou um dia, gostei de cada uma das pessoas, e enxergo milhões de qualidades. Obviamente só posso afirmar isso por ter sido bem seletivo. Não saí pegando por pegar. Não vejo mais muita graça. Quero conhecer gente interessante. E obviamente, quero me apaixonar. Mas essas coisas não se escolhe.

2010 foi o ano em que voltei para casa da minha mãe. E agora no início de 2011 saio de novo. Tava com uma apreensão desgraçada, mas foi bom demais. Demais. Se descuidasse ficava pra sempre. O que me impede o acomodo é o senso de que preciso ter minha própria vida, meu núcleo, meu átomo. E com minha mãe é mais como uma vasta cadeia orgânica. Sentirei falta é claro, das roupas lavadas todos os dias, dos papos de café da manhã que sempre me atrasam, dela levantando e indo me encontrar na cozinha pra não falar nada. Só pra ver se eu queria conversar.

No trabalho, meu grande problema desde sempre, não caminhei horrores, mas o final do ano me deu uma bela de uma perspectiva, a sensação de que posso trabalhar com algo que gosto, e que outras gostam.

Sendo um pouco mais objetivo, posso dizer que o ano teve diversos highlights. Daqueles de lembrar pra toda vida. Finalmente saltei de pára-quedas, atirei com arma de fogo, namorei de novo (e fui um péssimo namorado, vale dizer), fotografei a mega festa de aniversário de um amigo do peito, filmei para um documentário sem ter a mínima noção se ia dar certo (e deu), quebrei uma maldição, viajei com três amigos dos mais-mais, assisti o show do Phoenix com participação surpresa do Daft Punk em NY, embasbaquei com o espetáculo do Muse, vi ao vivo o rei do stand-up Bill Cosby, fui a um grande festival de musica, cantei junto com um Beatle.

Do lado negro das emoções, me despedi do Jazz, meu primeiro cão que, sabe-se lá por quais razões, acabou morrendo com 7 anos. Esperava te-lô por muito mais tempo, foi um puta companheiro e me fez virar um aficionado pelos caninos.

Valeu muito, não fiquei a toa.

E ano que vem? Bem, ano que vem é o ano para transformar todos os elogios que recebo em algo maior. Seja pessoalmente, seja um retweet, um like no facebook, uma favoritada no Flickr e claro, a “audiência” de vocês que vem por aqui. Tudo isso é meu combustível, é o que me faz continuar. E já está mais do que na hora de fazer isso ter maior significância.

Vocês continuarão comigo?

Retrospectiva 2010

terça-feira, dezembro 07, 2010

Eu não pego ninguém. (E você também não.)


Dia desses no Twitter, vi o seguinte retweet da Carolina Mendes: “Homens não entendem q a gente bate o olho neles e decide se daria ou não. Se vamos dar é outra história.”. Parei pra pensar na afirmação e concordei plenamente. Inclusive, acredito que não só dar como beijar.

Se tem um prazer que tenho nessa vida é conhecer o “backstage” da minha própria vida. Aquelas informações que acabamos sabendo depois que algo aconteceu. Uma daquelas coisas que vivem influenciando nossa vida diretamente, mas não temos a mínima idéia no momento.

Pois bem, na grande maioria das vezes que tive acesso a esse tipo de informação, percebi que meus méritos eram menores do que imaginava. Percebo que não conquistei aquela mulher com meu senso de humor inteligente, não foram meus dentes brancos que a trouxeram até minha boca, muito menos minha personificação de John Travolta na pista da balada. Sempre acabo descobrindo que ela já tinha me aceitado bem antes. Fosse no Facebook, no “oi” ou qualquer outro contato. Quando eu nem estava destilando todo meu charme.

Isso quer dizer que somos pegos? Não! Como bem disse a Carolina, elas decidem se dariam ou não. Dar é outra história. E é aí que a gente entra, não como Casanovas conquistadorese sim como Homers Simpsons. Nos concentrando pra não estragar o que está funcionando, como fazemos tantas vezes. Duh!

Basta não falarmos (muita) coisa errada, não termos bafo, não tentarmos pegar a amiga dela ao mesmo tempo (se quiser um ménage, pegue uma primeiro, depois seja bom o suficiente para convence-la a adicionar a amiga a brincadeira). Se nos atentarmos a esses detalhes, nos damos bem.

Agora será que é possível achar a fonte? Fazer com que elas desejem dar pra gente? Acho que não, não como uma ciência exata. As coisas podem mudar, de repente ela pode te achar atraente após anos, ou ela mesma mudar e decidir que em certo momento quer algo que abominou no passado. Mas isso é mérito nosso? Só se for por acidente.

Assim aceito essa verdade de braços abertos, pois no fundo, no fundo, sempre soubemos que o controle nunca esteve em nossa mão. Sempre (ou quase sempre) sentimos que tivemos um sorte desgraçada delas terem se convencido a ficar conosco. De certa forma é libertador assumir que nós não pegamos ninguém. Só fazemos menos besteiras que outros.