segunda-feira, janeiro 10, 2011

Listen all of y’all, this is Sabotage!


Tô feliz, não sou modelo mas meu corpo está melhor do que nunca, estou feliz no trabalho, me pagam bem, não trabalho aos finais de semana e tenho uma parcela razoável de auto-realização. No pessoal, bem, não posso reclamar, estou namorando com uma pessoa fantástica, companheira, compreensiva que vive demonstrando seu amor por mim, fazemos um do outro pessoas melhores. Em família tudo vai bem também, sim, as coisas não são perfeitas, mas também não posso alegar que vivo qualquer conflito.

Pois bem, quanto tempo vai demorar pra isso tudo acabar?


Esse é nosso pensamento na maioria das vezes. Quando a esmola é demais já começamos a gastar menos. Pois não somos bobos, a mamata vai acabar e vamos cair de cara se não tomarmos cuidado. E nós sabemos o quanto dói cair de cara. Não podemos arriscar, logo agora que nos livramos daquelas manchas embaixo dos olhos. Nossa cara está ótima.

Tudo poderia continuar numa boa por tempo indeterminado, até que, por culpa da vida, algo se desequilibrasse, uma doença, uma crise econômica, uma vagabunda chamada Sabrina. Mas não, a partir do momento que começamos a “gastar menos” com medo da queda, mudamos o comportamento e postura que nos levaram a esse ponto ótimo. E isso inevitavelmente antecipa a queda.

É a tal auto-sabotagem, nesse caso aguda, em outros crônica. Esse dispositivo de auto-preservação que mais parece uma pistola que só pode ser disparada pra baixo, geralmente em direção a nossos pés.

Mas e aí, como relaxar e deixar as coisas fluir como até agora fluíram? Ou no caso da sabotagem crônica, como deixar finalmente fluir? Afinal, se fosse fácil, ninguém se reconheceria no primeiro parágrafo.

Acredito que o truque é reconhecer o que é "neura" e o que é verdadeiramente objeto de auto-preservação. Pensar se nossa situação profissional está bem por mérito ou coincidência, se a pessoa que está ao nosso lado ou se nós estamos atrás dela, se nossa mente evoluiu o mesmo tanto que o corpo.

Análise fria não parece ter nada a ver com felicidade, e realmente não tem, mas que pode evitar infelicidade, opa se pode.

2 comentários:

Jords disse...

Total me identifiquei. Eu e o mundo, creio. É um exercício duro, mais do que aquelas 250 abdominais, esse de evitar a auto-sabotagem.

Kris Arruda disse...

Os abdominais são simples e difíceis. Evitar a auto-sabotagem é complicado e difícil. :-S