quinta-feira, novembro 03, 2005

Estilo. É pra quem tem?

O natural quando se está procurando um estilo estético é se espelhar em personalidades, vanguardistas, que tem dinheiro, personal stylists e pose para fazerem e usarem o que bem entendem. Acredito que o personal stylist é muito útil para aquele que não tem tempo ou não liga para seu visual. O dinheiro facilita bastante. Afinal permite que o seu guarda-roupa seja mais abrangente e atualizado. Mas acredito que ambos podem ser contornados com criatividade e tempo dedicado. Já no caso da pose surge a dúvida. Quão importante é ser uma celebridade para construir um estilo?

As grandes personalidades, sejam atores, cantores, modelos ou ator-cantor-modelo parecem possuir algo similar a liberdade poética dos escritores. A liberdade estética. Ela confere aos que a tem, o poder de usar o que bem entender quando bem entenderem. Ainda que não livre de críticas. Jeans no Oscar? OK. Black-tie com bermuda de surf? Uhu! Jaqueta amarela com camisa turquesa e calça marrom? Só se for daltônico.

A questão é: pessoas normais tem o direito de se concederem um pouco dessa liberdade estética? Absolutamente. Isso é ter estilo. Se as pessoas se limitarem a usar apenas o que é considerado “normal” seremos uma massa com uniformes de luxo e cabelos de playmobil. Independente de sua notoriedade, acredito que você deva ousar o quanto achar que deve. Pode ser uma boa ou má escolha.

Eu por exemplo, na sexta-feira resolvi que iria cortar meu cabelo no estilo faux hawk. Para quem não sabe é aquele estilo que Beckham popularizou na Copa de 2002. Um falso moicano. Me juntei a Orlando Bloom, Ryan Phillip e Paulinho Vilhena (argh!), e tenho um cabelo estranho agora. As reações foram diversas, uns acharam ridículo, outros nem notaram mas muitos gostaram. Tenho uma teoria sobre ter agradado alguns. Devido a um histórico de “inventar moda” com cabelos diferentes, combinações de roupas não usuais e acessórios peculiares, o cabelo não é um “big deal”. Orna com o restante. Obviamente se eu fosse um almofadinha, sempre engomado e tradicional a reação não seria a mesma. O contraste seria muito grande e o look heterogêneo demais.

Acredito muito num trecho do livro do “Queer eye for the straight guy” que diz assim: “Poucos homens ficam bem numa calça de couro. Se você é um deles já sabe disso.”. Ou seja, se você tem dúvidas se pode fazer ou usar uma coisa é porque muito provavelmente não pode.

Deixe suas vontades fluirem naturalmente. Nem forçe a barra nem se censure. Use o bom senso. Com o tempo acertará e errará. Sua história monta seu estilo. O que você é hoje define o que será amanhã. Por isso, se você é diferente hoje, pode ser estiloso amanhã. Isto observado, por favor, não seja um babaca hoje...

3 comentários:

Anônimo disse...

adoro o fato dos homens se importarem com essas coisas. adoro mesmo.
acho que a liberdade de expressão deve ser usada em várias áreas da nossa vida, mas sempre com moderação. Quem perde o ponto onde parar, acaba sempre se dando mal.
gostei muito do texto!!!
te amo!!!
beijos

Anônimo disse...

Como diz o trecho do livro do “Queer eye.." foi demais, rs!

Anônimo disse...

Eu usava calças xadrez e as pessoas sem estilo ou sem senso de humor perguntavam se eu ia jogar golfe (que, aliás, acho um tédio). Também usava uma calça africana estampada, que combina muito com meu biotipo (ironia? ironia?). Temos mais é que fazer o que queremos, mesmo. Pelo menos com relação às roupas...