segunda-feira, novembro 07, 2005

“Do Lar” - por M. Boudakian

Há alguns anos, era comum você ouvir essa resposta da boca de muitas mulheres quando indagadas sobre sua função ou trabalho. Hoje, ser dona de casa ou “do lar” tem uma conotação muito ruim entre as fêmeas humanas.

A entrada da mulher no mercado de trabalho gerou uma distorção de valores na sociedade e na composição da família. O cuidado com os filhos e com a casa foi terceirizado para babás e empregadas. E pior, algumas pessoas ainda adotam animais em substituição a prole, afinal são mais fáceis de serem criados e podem prover certo afeto.

Eu fico desesperado com ambas situações, o herdeiro do meu legado intelectual vai se chamar “rex” ou então vai ser criado pela antonha ou pela zezinha. Nada contra o rex, a antonha e a zezinha, mas o filho é meu. Tem que ser sangue do meu sangue e de alguma forma deve compartilhar os meus valores básicos. Por isso ele não pode ser um cachorro e muito menos passar mais tempo com estranhos do que comigo, oras.

Difícil é achar uma mulher que pensa assim. Hoje elas pensam: filhos são entraves, entraves atrapalham, vou comprar um gato. A mente da mulher está muito mais ligada nas coisas que antes pertenciam exclusivamente ao universo de ambição masculina (poder, dinheiro e sexo). É compreensível, depois de tantos anos de repressão. No fundo no fundo, elas pensam: há de chegar o dia em que homens poderão parir.

Nesse contexto de convulsão na vida a dois, o macho moderno muitas vezes se verá obrigado a fazer o papel de “primeiro cavalheiro”, isto é, gerenciar a vida do casal. Cuidar da casa, dos filhos, das contas, dos investimentos, eventos de família, agüentar parentes chatos e ainda por cima, preparar o banho da esposa, provável CEO de uma grande multinacional.

Não sei vocês, mas eu já me candidatei.

* Colaboração de Murilo Boudakian Moysés

4 comentários:

Anônimo disse...

pois é, as mulheres estão dominando o mundo mesmo.... quem diria... fico orgulhosa da minha especie conquistar o que já conquistou (e com certeza conquistará muito mais), mas não podemos deixar de ser femininas sempre. As vezes, algumas mulheres independentes acham que para atingir esse posto, é necessário deixar isso de lado.
bem legal o texto murilo!
beijos
Thaís

Anônimo disse...

Impagável

Anônimo disse...

é bem provável que algumas mulheres (e até mesmo alguns homens) considerem seu texto exagerado. Eu achei quase perfeito, principalmente quando você fala sobre homens terem os filhos (que mundo perfeito). Se vc é candidato mesmo, por mim, já está eleito. beijos (e parabéns pelo texto). Deia.

Anônimo disse...

Mais um candidato se apresentando... E ainda leio historinha na hora de dormir, para as crianças e para a respectiva (claro que não as mesmas historinhas).