quinta-feira, outubro 30, 2008

“Feelings, nothing more than feelings”


Desde que comecei a questionar as coisas uma pergunta me apurrinha a cabeça. De onde viemos? Seja a solução religiosa ou científica, não explica. Se foi Deus, quem criou Deus? Se foi uma mega explosão da colisão de partículas, de onde vieram as partículas. Quando vou um pouco a fundo no assunto acabo achando respostas como: Deus é, e sempre foi. Ou antes das partículas tinha o nada. Vão se catar. Se não sabe, não inventa besteira. O fato é que as origens podemos nunca saber, mas temos que lidar com os efeitos e conseqüências de um universo em expansão.

Esse papo todo foi só para ilustrar o que tenho sentido e visto em relação a sensações e sentimentos. Qualquer coisa estranha deve ser explicada, algo inesperado tem que ser decifrado. Difícil não se pegar matutando, tentando explicar algo que, em nenhum momento, racionalizamos conscientemente. Algo que entrou em nossa cabeça pela porta de trás e de repente surge, chutando a porta do corredor e ficando toda exposta no meio da sala.

Depois de criarmos diversas teorias (todas furadas) para o sentimento intruso, percebemos que mais importante do que entender aquilo, é lidar. Ele está ali, não parece estar de saída e alguma coisa você vai ter que fazer. Já que não consegue ignorar (até tentou, mas não deu certo), tem que achar uma maneira de conviver com o estranho. Pode servir um chá, puxar a cadeira, falar oi, gritar pra ver se o assusta, chuta-lo pela porta da frente ou tentar empurrá-lo para o lugar de onde veio. Seja lá o que for tem que tomar uma decisão.

Decidir como lidar com os sentimentos que brotam assim, é muito mais complicado do que aqueles que avisam que estão chegando. Não se tem histórico, contexto, algo em que seu lado racional possa se apegar para saber o que fazer. Para variar, acabamos contando com nossos instintos, esses danados que vem sei lá da onde e influenciados por praticamente qualquer coisa. O que me leva a crer que não tem jeito certo ou errado para se lidar com esse tipo de sentimento.

Lembro o dia que fiquei sabendo que não usávamos a nossa capacidade cerebral completa. Que usávamos 10% ou coisa parecida. Ainda que eu ache que isso seja mito, preferi acreditar. A partir do momento que soube disso, achei a resposta que eu queria. Nunca entenderíamos a origem do universo, ou dos sentimentos, porque só usamos 10% de nosso cérebro. Pronto, resolvido, não preciso mais me perguntar isso.

E assim vou me enganando...

4 comentários:

Karine disse...

Essa coisa de elemento surpresa é realmente irritante, nunca se sabe como lidar... (odeio não ter o controle da situação...rs)

Dizem que quando a gente não sabe o que fazer, melhor não fazer nada.

Mas quem consegue isso???

Bjsss

Muito bom, parabéns!

Kris Arruda disse...

Dificil demais ficar esperando algo acontecer...

Tks moça!

Anônimo disse...

A Perfeição

O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.

O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.

O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.

Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.

Clarice Lispector

Kris Arruda disse...

Perfeito.