quarta-feira, outubro 29, 2008

A gente vira adulto, mas se diverte.


Estou com 29 anos, e o horizonte é negro quando se trata de crises existenciais. A maioria dos meus amigos também está nessa faixa de idade, portanto, não raro estamos conversando como idosos, enaltecendo os velhos tempos e como eles eram divertidos.

Ok, eram mesmo. ALL PLAY e NO WORK. A falta de responsabilidades ajuda muito, as férias escolares, o bando de novidades e a ingenuidade para lidar com tudo isso. Muito pouco compromisso com pessoas e muito mais com eventos.

Não acredito que tudo isso seja muito discutível, talvez alguns tiveram adolescências melhores e outros piores, mas de um jeito ou de outro, todos nos lembramos como um tempo bom que não volta nunca mais. Mas uma coisa que é discutível é o agora. E agora que somos adultos, que estamos chegando a idade em que muitos de nossos pais já tinham família construída e patrimônio estabelecido. A quantas anda nossa diversão?

Diferente.

Toda quinta me encontro com 5 amigos. Toda quinta reclamamos de Deus e o mundo. Toda quinta damos um jeitinho de falar como somos miseráveis. Toda quinta nos divertimos muito. Se existe isso eu não sei, mas acredito que a diversão amadurece. Ou ao menos a nossa percepção dela.

Num papo com o Laganaro, conversávamos como hoje em dia nos sentimos muito mais livres para nos divertir do que antes. Quando se é mais novo, a diversão acontece aos jarros, desmedida, como se saísse de um cano rompido. Não tínhamos controle disso, e nem queríamos. Já mais velhos, ponderamos onde e quando podemos nos divertir. Não como uma coisa regrada e chata, muito pelo contrário, como senso de oportunidade.

Não é novidade pra ninguém, que quando jovens, mulheres e homens condicionam muito mais sua diversão ao contato físico com o outro sexo (ás vezes o mesmo, mas vocês me entenderam). O negocio é, os homens tem que pegar mulher e as meninas tem que ser xavecadas. Isso na minha época é claro, hoje todo mundo tem que se pegar.

Mesmo quando se estava namorando sério, havia a pressão para fazermos o que namorados devem fazer. Em dias comemorativos, tinha que ter algo especial, onde especial era: jantar romântico, luz de velas, restaurante bacana ou alguma variação disso.

Quando saímos com a galera, para encontrar com meninas, ou mesmo para uma balada, o papo era sempre “pegar alguém”. Nem que você soubesse que não ia conseguir ninguém, esse era o papo. Essa era a pressão. Se saísse com alguém, tinha que pegar, se não era uma noite fracassada e triste. Assim como imagino como devia ser para as meninas que estavam com amigas que eram xavecadas e “pegadas” por alguém e elas mesmo ficassem no zero. A pressão inevitavelmente mexia com nossa estima que inibia a diversão.

Hoje não. Hoje me sinto livre pra me divertir, seja lá como for, comendo um hambúrguer em noite de balada ou beijando uma moça numa madrugada qualquer. Hoje não sinto pressão, me divirto sem condicionais, fico em casa e danço no meio da sala, me encontro com amigos das antigas, comemoro aniversário de namoro assistindo Smallville, vou no cinema com amigas e obviamente seduzo e sou seduzido. Mas independente de tudo, me divirto.

PS: Como tudo nesse blog, essa é meramente minha opinião, colocar todo mundo no mesmo balaio é mania, ás vezes sou só eu que estou aprendendo a me divertir melhor com o passar dos anos.

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