terça-feira, dezembro 02, 2008

Estou ficando. (Louco)



Não fossem complicadas o suficiente, temos deixado cada vez mais complexas as relações amorosas. Antes era simples, se casava. Depois se namorava e se casava. Mas hoje, poderia encher uma página só de modalidades de relacionamento. Estas variam de definição, tempo, intensidade, intimidade, seriedade. Impossível cravar qual se está vivendo caso não seja uma das modalidades antigas. Enquanto um está de rolo o outro está ficando, e isso pode, ou não, significar a mesma coisa.

Um dia desses, um amigo meu sofreu na pele as conseqüências desse tipo de confusão. Após sair com uma mulher umas quatro vezes (sendo que na última bastante íntima), a encontrou num bar enquanto estava com outra mulher, que já ficava há alguns meses. Não perguntei qual rótulo ele deu pra cada, mas no meu conceito, ele estava de rolo com a moça que conhece há meses e ficando com a fulana dos quatro encontros. Obviamente elas não entenderam assim e não sei até hoje como ele resolveu, se resolveu, esse problema.

É mais uma situação de problema na comunicação, que acredito eu, não é facilmente resolvida. Nenhum homem ou mulher gosta de chegar para uma pessoa e dizer, veja bem, eu fico com você quando rola, mas no meio tempo eu pego outras. O mesmo acontece ao contrário, não é fácil chegar para o outro e dizer, olha, eu não sei você, mas eu estou levando isso a sério, quero logo namorar, então faça o favor de aquietar. Os dois lados perdem e ganham na situação, mas nem sempre na mesma proporção.

Nos namoros e casamentos, ainda que diferentes, conhece-se um código de ética básico, sabe-se quais são os protocolos da relação e a maleabilidade não é tão grande. Já nesses novos tipos de relacionamento, como saber o que é certo e o que é errado? Até onde pode-se cobrar, esperar, fazer? A linha que separa os velhos, dos novos relacionamentos é fina, e vivemos pisando do outro lado sem querer.

Segundo minha definição, todos os relacionamentos novos tem uma elasticidade enorme, afinal, os protocolos não são conhecidos e a compreensão fica mais fácil. As coisas só se complicam quando chegamos no "estamos de rolo" ou "estamos ficando". Como meu amigo bem sabe.

Quando se está ficando, ou de rolo, as coisas se complicam pela possibilidade de se evoluir a relação para algo mais. Afinal, existem mil razões para se “testar” um relacionamento. As pessoas podem querer se conhecer melhor, podem estar em épocas da vida diferentes, podem querer saber se o sexo é bom, ou podem estar apenas com um medo desgraçado de assumir o rotulo de namorados.

Conversava com outro amigo esses dias sobre isso, e perguntei pra ele, qual o prazo máximo que ficantes podem ficar sem se ver, para nutrir algo que pode dar em alguma coisa. Ele foi taxativo: uma semana. Eu dei muita risada pela exatidão de sua informação. Alguns dias depois eu ouvi uma mulher dizendo que tinha ficado 14 dias sem ver seu “ficante” e que a próxima vez que isso acontecesse, nunca mais se veriam.

Vivendo e aprendendo.

3 comentários:

wall disse...

Queria ter vivido na época que era simples rsrs
Hoje o fato de tudo ser muito rápido deixa as coisas mais complexas, tenho um amigo que sempre que o vejo eu pergunto qual o estado civil dele naquele dia, e é incrível a capacidade que ele tem de mudar de estado é uma metamorfose muito louca...

Kris Arruda disse...

É wall, a gente em vez de simplificar, só complica. Mas se não adianta reclamar temos que aprender a lidar com isso né...hehehe...

Eterna Aprendiz disse...

Não acho que antes era mais fácil, não...

Hoje temos a oportunidade de experimentar, escolher, saber se quer ou não.

Prefiro assim! ;)