Homens e as Playboys.

Impossível esquecer minha primeira. Luma de Oliveira, 1990, um foto em que se enquadrava apenas o rosto da moça. Meu pai me presenteou com a primeira de muitas, eu tinha 11 anos e ainda faltava uns bons 6 anos para a popularização na internet.

Para um pré-adolescente de hoje em dia pode soar estranho a veneração pela publicação do coelhinho, mas na época o acesso a "literatura erótica", se assim posso amenizar, era escasso.

Para alimentar nossa imaginação tínhamos apenas os light-pornôs da Bandeirantes, as poucas revistas Playboys que apareciam na casa de alguém ou as lendárias "revistinhas pornô". As com desenhos já serviam. Lendárias sim, só apareciam fruto de algum tio gente boa ou porteiro desatento. Nem sei se essas existem ainda, com o custo do DVD baixo não faz muito sentido. Existia também a possibilidade de alugar uma fita na Hobby Video, mas quem tinha coragem?

Enfim, esses anos se foram, mas se sobrou alguma coisa de tudo isso foram as Playboys. A internet substituiu as revistinhas, fitas, etc com fotos e vídeos que ficam a um clique de distância. O que acabou com todo o charme da coisa. Não precisamos nem nos dar ao trabalho de procurar alguma coisa, todo homem tem aquele amigo. Aquele que temos a impressão que dedicou a vida toda a repassar sacanagem pela web.

Mas porque afinal os homens tem essa coisa com a pornografia? As mulheres em geral tem um interesse infinitamente menor. Não costumam entender a razão de um homem crescido ainda olhar esse tipo de material.

Acredito que exista mais de um motivo, variando de homem pra homem. Eu sou curioso. Não me interesso por Playboys de mulheres desconhecidas. O que vale pra mim é conhecer uma mulher, seja ela esportista, atriz, cantora ou modelo-manequim, que aparece o tempo todo vestida e, no virar de uma página, descobrir tudo o que teria chances ínfimas de conhecer por meios naturais. É um sentimento parecido com o que faz muitos homens traírem. Tem a ver com a descoberta, um homem pode fazer loucuras por ter visto apenas uma vez uma blusa levemente transparente ou uma cruzada de pernas descuidada. Um fato desses aguça a curiosidade tamanha que um macho mais cara de pau poderia, num momento de loucura, chegar numa moça e falar algo como: "Posso ver como é? Apertar só um pouquinho..."

Essa é a sensação, não por amor, nem exclusivamente por sexo, mais por sensação mesmo. Por ver o que somos supostamente proibidos. Não é a toa, as mulheres passam a vida inteira escondendo seus atributos. Nada mais natural do que querer ver todos. Nós homens não, é dar uma vacilada que estamos abanando o "meninão"pra lá e pra cá. Não eu é claro, sou um homem sério, comprometido e não completamente seguro.

Mas mesmo assim, curiosidade e descoberta não é tudo. Tem algo intangível na nossa obsessão por mulher pelada, algo que só George Mallory, o primeiro homem a tentar subir o Everest, poderia explicar. Quando perguntado a ele a razão da tentativa em chegar ao ponto mais alto do planeta, o alpinista simplesmente respondeu: "Porque está lá!".

Então homens tarado do mundo, uni-vos, não tenham medo de contar para as mulheres que aqui e ali você vê uma sacanagenzinha ou as fotos da última Playboy. É natural. E mulheres, entedam, não queremos trocar vocês por elas, só com vocês somos nós mesmos e nos divertimos de verdade, com as moças da revista, além de não termos chances não duraríamos mais que 30 segundos.

Para quem possa interessar: Um montão de Capas de Playboy

PS: Agora que fui buscar a capa na internet vi que na mesma edição haviam fotos da Roberta Close logo após sua cirurgia de troca de sexo. Fato que eu havia bloqueado na minha mente. E preferia ter deixado assim.