quarta-feira, outubro 18, 2006

Press Start

Como num jogo de videogame onde se corre desenfreado despencando em passagens secretas, rodadas de bônus e inimigos horrendos eu navego na Internet. Meio sem rumo saio clicando, ás vezes por curiosidade, outras por puro desgosto pela vida. O negócio é que numa dessas peregrinações achei histórias sobre anos sabáticos de variadas pessoas. OU seja, férias.

Isso era o que eu imaginava que os tais sabáticos eram. Uma bela desculpa pra ficar um monte de tempo sem fazer nada. Porém, resolvi me informar melhor para poder falar mal, e não é que descobri que o esquema não é tão pilantra assim? Segundo as definições e histórias que eu li um sabático não tem período definido, leva o tempo que se achar necessário. Nele seus objetivos são a reciclagem, mudança de perspectiva, introspecção, etc. Serve para você primeiramente prestar atenção no caminho que sua vida está tomando e num segundo momento analisar se é isso mesmo que você quer. O quase “retiro espiritual” é indicado a profissional com alguns anos de trabalho, nos Estados Unidos que é um lugar bem maleável isso se define como “de 6 em 6 anos”.

Apesar de apreciar muito os Estados Unidos da América, em particular sua culinária, devo colocar em discussão seu método. Seriam indicados os anos sabáticos apenas para quem tem toda essa experiência mesmo? Será que em vez de ficar perdendo 6 anos de nossas vidas até ter tempo pra pensar, não poderíamos já começar fazendo certo? Enfim, sabáticos seriam úteis também a jovens em começo de carreira?

A primeira vista parece que eu sou um tremendo de um preguiçoso, cogitando em arrumar um ano de folga para alguém que mal começou a trabalhar. Essa impressão é errada. Eu realmente sou preguiçoso mas não por causa disso. Sempre achei que sair do colegial com 17 anos e ter a responsabilidade de escolher o que vai ser quando crescer uma estupidez tremenda. Deixando de lado os sortudos médicos que nasceram para isso, todos passamos por inúmeras dúvidas na hora de escolher o caminho a ser seguido. Rumamos no caminho tradicional ou nos arriscamos a encontrar passagens secretas? Corremos atrás do previsível ou apostamos nas interrogações? O fato é que não temos idéia do que fazer.

Um sabático cairia bem, testar profissões, conhecer gente, conversarmos por horas com o espelho. Entender o que é interessante de verdade na vida sem a pressão de estudar para ser o melhor ou nos proteger dentro dos hostis ambientes corporativos. Ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Esse jogo é complicado, ninguém disse que não é, porém não deveríamos perder tanto tempo da vida vivendo o que não é vida. Os fins apesar de terem esse nome não podem ser aceitos como coisas que se colhe apenas no fim. Ainda que começar o jogo com uma vida extra possa parecer baba demais é o mínimo. já que pode levar um game over sem nunca ter passado de fase.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei! Um tempo é realmente bem vindo quando se é novo. As escolhas são muitas.
te amo.
beijos

Anônimo disse...

Ficou bem encadeada a metáfora. E gostei pacas da frase do fim, sobre o fim, que só vem no fim, enfim, você sabe qual...