sexta-feira, março 17, 2006

Me bate, me xinga.

Dizem que a mulher ideal é aquela que tem a conduta de uma santa. Em sociedade, não olhe para outros homens, use roupas decentes, fale em voz amena, nunca se exceda. Em sociedade. Entre as quatro paredes de um quarto ou duas paredes, uma porta e um vidro de um elevador panorâmico ela deve ser uma cortesã (em português, puta). Essa mulher não tem preconceitos, topa as aventuras mais loucas e criativas, é aberta a novas experiências. É aberta.

Ok, digamos que você ache uma mulher ideal. Uma mulher que deixe você colocar aquilo naquilo enquanto faz aquilo outro. Uma mulher que grite, me bate, me xinga, me chama de bandida. Você agüenta o tranco? Na hora em que se deparar com uma louca dessas é que se analisa bem o que pediu. Vai descobrir se estava pronto pra isso. Afinal não basta haver esse “desapego” apenas por parte dela, você precisa acompanhar o movimento, entrar no ritmo. Você pede pra ela colocar uma lingerie diferente, daquelas que ninguém sabe onde é a frente e a traseira. Ela põe. Você pede para ela falar obscenidades das brabas. Ela fala. E de repente ela pede pra você. “Me bate com força seu canalha”. Você broxa. Ser pego desprevenido pode causar esse tipo de reação.

Uma experiência conjunta é menos traumática. Transformar sua mulher neste sonho de consumo é uma ótima opção. Os tabus são abandonados juntos. A fase de adaptação é como viver a adolescência de novo. Quando você é adolescente cada beijo é uma descoberta. Primeiro o beijo na bochecha, depois o “mostra a sua que eu mostro o meu”, seguido do selinho, da língua, mão na cintura, mão perto da bunda, mão em uma nádega inteira, apertão em uma nádega inteira e por aí vai. Isso faz-nos acreditar que nossos namoricos eram mais excitantes do que muita transa ordinária. A adaptação ao sexo sem tabus é uma nova adolescência. Você terá vontade de chegar contando para os amigos como nos velhos tempos: “Caras, vocês não sabem, hoje eu dei uma com a minha mina. E uma amiga dela junto”. Não faça isso. Não conte pros seus amigos, já sobre a história da amiga dela, meus parabéns.

Com o tempo as coisas se tornam mais comuns, o processo pode parecer estranho, errado até, mas assim como você superou a perda de sua virgindade, isso também será resolvido. O processo pode até ser difícil, mas não há dúvida que vale a pena.

Dito isso desejo para todos nós uma mulher ideal, que nos ensine e aprenda conosco, que grite baixarias, que transpire desejo, divida a cama com outra, mas que nunca, nunca mesmo, em hipótese alguma, meta o dedo onde não for chamada.

7 comentários:

Anônimo disse...

Isso aí....... Doutrina, meu caro, doutrina!!!!!!

Anônimo disse...

Muito bom o texto!
Te amo.
beijos

Anônimo disse...

O kris está numa fase educativa, muito inspirador.

Anônimo disse...

... disse tudo. Impressionante.

Anônimo disse...

Só uma hipótese (bem hipotética), mas, e se ela for chamada?

Kris Arruda disse...

se for chamada sem problemas ué... é opção de quem chamar...

Anônimo disse...

Sabedoria profunda...