sexta-feira, janeiro 13, 2006

Festas de peso.

Não, não falo sobre festas dionisíacas, regadas a Dom Perignon, freqüentadas por figurões da alta sociedade. Também não tenho como assunto celebrações cósmicas no planeta Júpiter onde a gravidade faz tudo pesar duas vezes mais do que na Terra. Falo sobre as festas de fim de ano. Confraternização da empresa, amigo secreto entre os amigos, bota-fora do camarada que vai estagiar na Colômbia, jantar de véspera de Natal na casa da Mãe que adora cozinhar para vinte, mesmo que sempre venham quatro, entre outras.

O clima é de festa ainda que tenhamos que chorar. IPVA, IPTU, feriado trabalhando, metas de trabalho pra 2006. Portanto festejar é mais do que nosso direito, é nosso dever. Vamos as festas mal intencionados, nem almoçamos para garantir que o trabalho será bem feito. Quando chegamos no campo de batalha somos animais, atacamos tudo que pareça mastigável, em cima da mesa, dentro da geladeira e na mesinha de centro. Fora os guardanapos, engolidos por acidente, todos os alimentos ingeridos nos trazem muita satisfação, paz e pança.

Nós, machos modernos, suamos a camisa o tempo todo, com o objetivo de manter a circunferência da cintura num limite aceitável, e antes que você se pergunte, não, 1 metro de cintura não é aceitável. O fato é que nos privamos de inúmeros chopps em noites de verão, x-saladas em agitadas madrugadas e sundaes entupidos de cada. Ou não. Mas tentamos. Afinal, sabemos que temos duas escolhas: fechar a boca e mexer o traseiro ou relaxar de vez, rumar ao paraíso dos doces, salgados e biritas. Já estive lá, sei como que é. Se come tudo o que quer, as sobremesas mais exageradas, os hambúrgueres mais recheados e as cervejas mais geladas. Em compensação não enxergava meus próprios pés.

Após anos de experiência comendo tudo, virei bandeira. Sou do time daqueles que uma hora ou outra, em alguma pizzaria ou lanchonete da cidade pode sacar uma barra de cereal do bolso em vez de pedir o menu. Tal comportamento traz inegáveis benefícios a saúde, proporciona certa economia a suas finanças e colabora na manutenção do peso. Seria ótimo se não fosse tão ruim. A lamentação de nada ajuda então qual a solução?

O que todo mundo sabe, mas ninguém faz. Vivo escutando que as pessoas não conseguem emagrecer. Fazem dieta, mas, nada de perder peso. Mentira. É simples, coma em ordem decrescente ao correr do dia. Quanto mais tarde menos se pode comer. Mais carboidratos no começo do dia e mais proteínas no final. Muita salada e frutas. Todo mundo sabe, porém se recusam a acreditar que a verdade possa ser tão cruel. Mas é, e o que podemos fazer?

Encarar. É o que nos resta afinal, lamentar não diminui nosso problema, muito menos, cinco kilos extras. Enfrentemos por alguns dias esse sacrifício. Os benefícios são válidos, fechar o último botão daquela calça preferida, sair do carro pela porta do motorista mesmo em garagem apertada, e o mais importante, saber quando sua meia está furada e nem precisar encolher a barriga pra isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hahahaha. Engolir guardanapo é mesmo uma droga. ainda bem que já faz um tempinho que as festas passaram e a vida já está retornando ao ritmo normal. É realmente de chorar, os resultados de tamanha comilança.
adorei. te amo!
beijos!