quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Como encarar a dor?


Estava eu lá pelas terras de Miss Di, quando me deparei com seu post sobre dor. Mais especificamente sobre um estudo (você pode ver com mais detalhes aqui) que indica que olhar para a fonte da dor pode reduzir a sensação dela.

O estudo trata obviamente de dores físicas, mas assim como a Di, a primeira coisa que pensei foi: "E pra dor psicológica?".

Bem, ainda que seja muito bonito falar que devemos encarar a dor, reconhecer e enfrentar seja lá o que/quem esteja causando, não consigo acreditar que seja verdadeiramente a melhor opção. Ao menos não sempre.

Acredito sim que problemas devem ser encarados, sempre, e qualquer que seja. Mas problemas são diferentes de dores. Afinal, se você quebrou um braço (problema), mesmo o engessando (solução) não se livra da dor (errr...dor). A dor é consequência de um problema que é a causa.

Eu sou um tanto masoquista. Quando estou com torcicolo fico forçando o pescoço no sentido em que está o problema. Não sei porque, acho que vai ajudar. Então me exponho muitas vezes a dor achando que um tratamento de choque pode resolver seja lá o que for. Ou resolve ou me mata logo de uma vez.

Não funciona. Certos problemas se alimentam de atenção. Com atenção ganham relevância e com relevância já viu né? Assim, entendo que certas dores devem ser enterradas, sepultadas e se posssível, esquartejadas para que fique impossível de ser rastreada. Se precisar tomar analgésico, anestésico, seja o que for, que seja. O que importa é deixar essa dor escondida, sufocada, pra que aos poucos morra sem ar, asfixiada pela falta de atenção.

A pesquisa indica que em vez de virar o rosto ao sentir dor, é melhor encará-la. Tudo bem, a próxima vez que bater meu dedinho contra uma quina farei isso, mas quando derem com uma marreta no meu coração vou fingir que não é comigo.

PS: Happy Valentine's Day nessa segunda! Rs...

4 comentários:

Anônimo disse...

Mas olha, eu tb sou a favor de enterrar. E acho que todas elas devam ser. Cada uma lá no seu timing. Mas pra isso, a gente tem justamente que encará-la.

Pra mim, usar paliativos sejam eles quais forem não enterra definitivamente, só as coloca embaixo de um tapete onde elas estarão ainda sim incomodando, mas muitas vezes sem vc estar vendo o quanto. Aí é que elas de fato provocam um bom estrago.

A Miss Di em questão.

Guria disse...

Kris... Eu adoro teu blog, sou suspeita pra falar ou elogiar.
Texto ótimo e simples, direto ao ponto.
Estou presenciando um caso de dor de amor (ou de cotovelo) seja já como se chama, que é de dá dó da bixinha.
Meus amigos terminaram o namoro de quase 2 anos, e ela tem apenas 16 aninhos, seu primeiro namorado. Ele agora vive solto no mundo, provando e desfrutando tudo o que há de bom (sem ela) enquanto ela chora em frente ao perfil do orkut dele. Comenta as fotos, altera sua mensagem quase que de 5 em 5 minutos, com frases de profunda dor e amor.
Não há dor maior neste mundo do que a dor da saudade, seja ela de separação, distância ou de morte - a pior.
Machucar o dedinho na quina também pra caramba rsrsrrsrss

Bjusss

Kris Arruda disse...

Pô, Anita, muito obrigado. Vc colocou um sorriso no rosto desse rapaz aqui. :D

Putz, imagino como ela esteja sofrendo. Sofrer de amor na adolescência é pesado. É a sensação do mundo acabando mesmo. Mas assim como é intensa, passa. logo ela vai se perguntar como sofreu tanto.

Bjos.

Unknown disse...

Só a solidão te consegue responder às perguntas das tuas respostas.