quinta-feira, janeiro 27, 2011

Macho e Consumista?

Vender moda pra homem não é simples. Não somos fáceis como as mulheres. Na verdade até somos, quando se trata de carros, motos, video-games. Mas na moda, somos mirins perto do sexo feminino. Nunca tiramos algo de uso por que saiu de moda, nem saímos correndo pra comprar o último lançamento. Mas isso não quer dizer que as grandes marcas deixem de tentar.

A Louis Vuitton usou Scott Campbell, tatuador de NY, para mostrar sua coleção masculina da próxima estação. Tudo bem sutil, chancelado por um cara coberto de tatuagens que anda de Triumph e viaja o mundo.

Isso é a Louis Vuitton, mostrando que sabe vender pra homem de verdade, sem precisar apelar.

Parte 1

Parte 2


PS: Quero o case para iPad, o dock cinza e aquela caveira tatuada nas minhas costas.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Caindo de maduro


Se tem uma pergunta que me faço constantemente é: “O que é amadurecer?”. Não é nem questão de curiosidade, é para uso próprio, senão, como farei para saber se eu estou amadurecendo.

Depois que me livrei do peso de achar que amadurecer era se iludir com estabilidade, se vestir com roupas desconfortáveis e basicamente fazer todo o resto que esperam que você faça, fiquei meio perdido.

Eu poderia aceitar que sim, aos 30 anos eu já deveria estar casado, ter filhos, um bom emprego, só me embriagar em churrascos de amigos próximos e ter a certeza que levaria uma bronca da esposa quando chegasse em casa. Não seria confortável, mas seria mais...simples.

Seguindo o caminho dos “rebeldes”, em que amadurecer é uma questão bem mais complexa do que contas e protocolos sociais, fico bem perdido sobre o que deveria estar fazendo o homem maduro. Deveria parar de gastar o dinheiro que não tem em viagens e brinquedos? Deveria se preocupar mais com o futuro? Deveria ter um plano de previdência privada?

Acho que não. Acho que tais questões tem mais a ver com a personalidade de cada um e de como estes obtém paz de espírito no presente. Amadurecer deve estar mais no fundo. Deve ser mais pessoal.

Daí eu penso que a cada dia que passa me sinto mais sozinho. Não solitário, sozinho. Não porque me abandonaram, mas porque eu percebi isso, antes que uns, depois de outros.

Não importa quantos amigos você tenha, se é casado ou solteiro, se sua família é unida ou não. Em nossas análises, decisões, perguntas, sempre estamos sozinhos. Não dá pra trazer alguém para dentro de nossas cabeças. Não dá para fazê-los sentir o que sentimos quando encaramos cada opção. Não dá para imprimir em seus dnas, nossas dificuldades físicas, muito menos compartilhar nosso repertório de experiências.

Felizes ou tristes, estamos sozinhos, e o que entendemos como companhia são as projeções de todos que nos cercam. As outras pessoas não estão juntas de nós, e sim o que esperamos e enxergamos delas. Que sim, podem ser impressões corretas, mas sejamos realistas, quanto de você mesmo é mostrado pro mundo? Quanto do que te define está trancafiado e não é compartilhado nem mesmo com seu consciente?

Talvez amadurecer esteja relacionado com a essa epifania. Com essa lucidez que transforma completamente nossa percepção de mundo. Mexe com nossa tolerância, empatia e expectativas para com o mundo, e esse povo todo que está em cima dele.

Quem sabe amadurecer seja entender esse mundo, aceitá-lo e não enlouquecer. Não entrar em profunda melancolia causada pelo que nos prometeram por anos e anos. Pela clara realização de que não existe mundo feliz, família feliz ou coletivo algum feliz. Existe indivíduo, feliz, triste ou qualquer outro estado de espírito. Este indivíduo pode ter a sorte de sincronizar sua felicidade com a dos outros, ou pode simplesmente não dar importância. Pode entender que o mundo não tem que ficar excitado porque ele está feliz, nem compreensivo porque ele está triste.

Hoje, esse indivíduo aqui do outro lado da tela está apreensivo, amedrontado, desamparado. Mas eu entendo que o mundo não. Eu entendo que meus amigos estão cada um em seu estado, e eles não são menos amigos meus por isso. Não digo que não doa, não digo que não queria que o mundo parasse para olhar pra mim, que todos parassem de rir enquanto eu choro. É falta de respeito. Assumo, pois já desisti de mentir para mim mesmo. Mas fazer o que? Não posso mais fazer como antigamente e espernar. Eu amadureci, né?

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Listen all of y’all, this is Sabotage!


Tô feliz, não sou modelo mas meu corpo está melhor do que nunca, estou feliz no trabalho, me pagam bem, não trabalho aos finais de semana e tenho uma parcela razoável de auto-realização. No pessoal, bem, não posso reclamar, estou namorando com uma pessoa fantástica, companheira, compreensiva que vive demonstrando seu amor por mim, fazemos um do outro pessoas melhores. Em família tudo vai bem também, sim, as coisas não são perfeitas, mas também não posso alegar que vivo qualquer conflito.

Pois bem, quanto tempo vai demorar pra isso tudo acabar?


Esse é nosso pensamento na maioria das vezes. Quando a esmola é demais já começamos a gastar menos. Pois não somos bobos, a mamata vai acabar e vamos cair de cara se não tomarmos cuidado. E nós sabemos o quanto dói cair de cara. Não podemos arriscar, logo agora que nos livramos daquelas manchas embaixo dos olhos. Nossa cara está ótima.

Tudo poderia continuar numa boa por tempo indeterminado, até que, por culpa da vida, algo se desequilibrasse, uma doença, uma crise econômica, uma vagabunda chamada Sabrina. Mas não, a partir do momento que começamos a “gastar menos” com medo da queda, mudamos o comportamento e postura que nos levaram a esse ponto ótimo. E isso inevitavelmente antecipa a queda.

É a tal auto-sabotagem, nesse caso aguda, em outros crônica. Esse dispositivo de auto-preservação que mais parece uma pistola que só pode ser disparada pra baixo, geralmente em direção a nossos pés.

Mas e aí, como relaxar e deixar as coisas fluir como até agora fluíram? Ou no caso da sabotagem crônica, como deixar finalmente fluir? Afinal, se fosse fácil, ninguém se reconheceria no primeiro parágrafo.

Acredito que o truque é reconhecer o que é "neura" e o que é verdadeiramente objeto de auto-preservação. Pensar se nossa situação profissional está bem por mérito ou coincidência, se a pessoa que está ao nosso lado ou se nós estamos atrás dela, se nossa mente evoluiu o mesmo tanto que o corpo.

Análise fria não parece ter nada a ver com felicidade, e realmente não tem, mas que pode evitar infelicidade, opa se pode.